Uma idosa de 62 anos foi presa pela Polícia Civil após uma megaoperação de resgate na manhã desta quinta-feira (19). Ela era responsável por um imóvel na Rua Matheus Leme, no bairro São Lourenço, em Curitiba, onde cerca de 300 cães viviam em situação deplorável. Os animais estavam sem água, comida, vivendo em caixas de transporte e em meio às próprias fezes e urina. A Polícia chegou ao local após denúncias de vizinhos por causa do forte cheiro. Até o fechamento desta reportagem a idosa não tinha advogado de defesa.
A ação policial contou com o apoio da Prefeitura de Curitiba e de ONGs que cuidam de animais abandonados. Os animais não tinham água, comida e viviam entulhados em uma “cama” feita de fezes e urinas dos próprios cães. Policiais flagraram ainda cães que viviam presos em caixas de transporte.
A mulher foi presa em flagrante por crime ambiental de maus-tratos a animais, previsto em lei federal. “Trata-se de um caso clássico de uma acumuladora. que esta juntando todos estes animais e se recusava a doá-los. Sabemos pela análise veterinária que dezenas destes cães estão com a morte iminente, tamanho déficit de alimentação e desnutrição destes animais”, explicou o delegado, que destacou ainda que a mulher pode responder pela infração de maus-tratos no âmbito municipal. O imóvel será interditado e a mulher ficará proibida de chegar próxima.
As investigações, feitas pela Polícia Civil e com a ajuda da Prefeitura de Curitiba, identificaram que os cães sofrem maus-tratos, vivem sem água e alimento. No local, os policiais civis ainda apuraram que há uma densa camada acima do chão, feita por fezes e urina dos próprios animais.
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Os animais viviam em um local apertado, sem espaço entre eles. Além disso, a Polícia identificou diversos cães vivendo há anos dentro de caixas de transporte para viagens e apurou que, por estarem presos, não sabem andar. Estima-se que eles viviam nestes cubículos desde o nascimento.
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A prefeitura já vinha acompanhando o caso desta acumuladora. Porém, nos últimos anos a situação se agravou. “Infelizmente essa situação se agravou devido à quantidade excessiva de animais associada às dificuldades financeiras da pessoa responsável. Nos últimos meses essa situação se tornou crítica gerando a necessidade de uma intervenção mais rigorosa”, explicou Edson Evaristo, do departamento de conservação da Fauna da Prefeitura de Curitiba.
Os policiais civis constataram que vizinhos reclamam do forte odor e comércios próximos chegaram a fechar as portas após os clientes reclamarem do cheiro vindo da residência. A dona dos animais não mora no local e não vai à residência com a frequência necessária.
Apoio da Prefeitura de Curitiba
A Prefeitura de Curitiba prestou apoio com o manejo, catalogação e transporte dos animais que necessitarem de remoção pela Rede de Proteção Animal. Além da limpeza dos canis com equipes do Departamento de Limpeza Pública.
“Temos acompanhado e tomado medidas, nos últimos anos, para melhorar a condição desses animais, com fiscalização, ações clínicas no local, castração, microchipagem e, nos últimos meses, até mesmo fornecimento de ração”, completou Edson Evaristo, da prefeitura de Curitiba.
Para onde vão os cães?
Os animais ficarão sob responsabilidade do Instituto Fica Comigo, parceiro da Rede, que deve assumir a rotina de cuidados diários dos animais até a recuperação, com o apoio da Rede de Proteção para a garantia de alimentação e continuidade das castrações, até disponibilizá-los para adoção responsável.
Carla Negochadle, diretora do Instituto fica comigo, ressaltou a importância da adoção para que estes animais tenham um lar digno. Segundo ela, em princípio os animais devem ficar naquela estrutura após tratamento. “A prefeitura entrou com um processo administrativo e eles vão ficar aqui de uma maneira diferente. A gente vai realocar eles serão limpos, alimentados e tratados. Vamos transformar este local em um local de adoção permanente”, adiantou a cuidadora.
