As blusas levantadas sobre os rostos indicaram a agonia vivida por dois homens, momentos antes de serem friamente executados a tiros. Os corpos de João da Cruz Arruda, 36 anos, e Railton da Jesus Assunção, 17, foram encontrados lado a lado, em uma chácara da zona rural do município de Campina Grande do Sul. O crime teria acontecido na noite de quinta-feira, mas os cadáveres só foram achados no final da tarde de ontem, por um morador da região.
A dupla execução aconteceu nas dependências da chácara “Toninho Coradinho”, localizada às margens da Estrada do Itaqui. Segundo a perita criminal Solange Cortes, pelo estado físico em que os corpos foram achados, o crime havia acontecido na noite anterior. Há alguns metros dos corpos haviam duas poças de sangue. Em uma delas a perita encontrou um projétil de revólver calibre 38 e na outra, outros dois projéteis da mesma arma. “Certamente eles foram mortos e arrastados pelos assassinos para que não ficassem à vista de quem passasse pela estrada. Isso se confirma pelo fato de os dois estarem de bruços e com as mãos para cima”, afirmou. Ao lado dos cadáveres os policiais recolheram as carteiras das vítimas, com os documentos que as identificaram.
Execução
Segundo o levantamento feito pela perita, João foi assassinado com três tiros que lhe atingiram o peito, o braço e as costas. Railtom foi morto com um tiro atrás da orelha. “Não há dúvidas que o caso é de execução. O fato de as blusas estarem levantadas significa que eles tentaram proteger o rosto, ao estarem sob a mira do revólver”, acredita a perita.
Uma importante pista foi encontrada pelos policiais no local do crime.
O telefone celular e o carregador do aparelho de João estavam ao lado de seu corpo. Os objetos foram entregues ao delegado do município, Irineu Portes, que acompanhou o trabalho realizado pela Polícia Científica. “Através dos números de telefones registrados na memória do celular poderemos conseguir alguma pista que revele a autoria do crime”, disse o policial.