Suspeitos de matar estudante se contradizem

Os dois adolescentes suspeitos de assassinar Ana Cláudia Caron, 18 anos, entraram em contradição perante a juíza Joseane Ferreira Machado Lima, no Fórum de Almirante Tamandaré. Eles foram ouvidos ontem, acompanhados dos pais e advogados. No final da sessão, a juíza conversou com a imprensa, mas não deu detalhes das oitivas, explicando que o caso corre em segredo de Justiça.

Quem falou sobre as contradições foi o defensor do adolescente de 15 anos, Luiz Cláudio Falarz. Segundo ele, o garoto afirmou que a escolha da vítima foi aleatória e a idéia do roubo foi conjunta com o outro adolescente. Pelo depoimento, a intenção dele era apenas praticar o assalto e liberar a vítima.

O menor também contou que, chegando no matagal do Jardim Marrocos, apenas o mais velho estuprou Ana Cláudia. Como ela tentou correr, o rapaz a perseguiu. Na escuridão, o garoto de 15 anos disse apenas ter ouvido o tiro que matou a estudante. No final da sessão, afirmou à juíza estar arrependido, segundo o advogado. ?Não posso contar o que o outro adolescente disse. Só posso adiantar que as alegações de cada um são diferentes?, adiantou Falarz.

Fechado

A audiência aconteceu a portas fechadas. O pai de Ana Cláudia foi ao Fórum e pediu para acompanhar o depoimento. Pela primeira vez ficou frente a frente com os acusados de assassinar sua filha. Ao sair, meia hora antes da missa de sétimo dia da estudante – que ocorreu às 19h na Igreja Santo Agostinho, no Ahu – , Paulo Caron preferiu não conversar com a imprensa. Apenas disse que faz questão de acompanhar e saber de todo o processo.

Depois da audiência de apresentação de ontem, o próximo passo deverá ser a audiência de instrução e julgamento, em que já deve ser proferida a sentença. O prazo é de 45 dias. A pena – de no máximo três anos ou até o réu completar 21 anos – deverá ser o internamento em uma unidade socioeducativa.

Voltar ao topo