Suspeito de matar prefeito diz que foi torturado

Um dia após deixar a prisão pela segunda vez, por habeas corpus, Josiane Portes de Barros Ruts, 31 anos, ex-mulher do prefeito de Rio Branco do Sul, Adel Ruts, assassinado no início de março, concedeu ontem uma entrevista coletiva, acompanhada de sua família. Acusada de ter oferecido R$ 25 mil para pistoleiros praticarem o crime, ela alegou inocência.

Josiane contou que estava separada de Adel há 25 dias quando ele foi assassinado. Segundo ela, o relacionamento estava desgastado e os dois chegaram a manter relações extraconjugais.

A mulher garante, no entanto, que não houve litígio na separação e que a partilha de bens já havia sido acertada verbalmente. Ela ainda surpreendeu ao dizer que, mesmo após o acordo, tinha esperanças que Adel voltasse para casa. “O que fizeram comigo foi uma grande injustiça. Não pude ficar com meus filhos no momento mais difícil, que foi a perda do pai”, declarou.

Processo

Josiane responde o processo como a mandante do crime. “Vamos mostrar que não há provas contra ela. O inquérito não apurou a autoria do crime e talvez nunca apure. Houve precipitação da polícia para apresentar uma resposta à sociedade”, afirmou o advogado Elias Mattar Assad.

O advogado mostrou um vídeo em que o suspeito Fábio Faria, que está preso na Casa de Custódia de Curitiba (CCC), afirma ter sido torturado por policiais e forçado a dizer que participou do crime a mando da ex-mulher do prefeito.

De acordo como o advogado, o vídeo, que não foi usado no pedido de habeas corpus, será incluído na defesa de Josiane. “Vamos encaminhá-lo à Procuradoria Geral e ao Ministério Público para que investiguem a acusação de tortura”, acrescentou. A polícia não se manifestou sobre o caso. Duas pessoas, que teriam participado do crime, não foram encontradas.