Alegando inocência

Suspeito de mata Louise se entrega à polícia

Enquanto familiares e amigos se despediam de Louise Sayuri Maeda em cerimônia antes da cremação do corpo, Elvis de Souza, 20 anos, suspeito de matar a universitária, se apresentava, na manhã de ontem, na Delegacia de Vigilância e Capturas (DVC).

O advogado do rapaz, Marcos Antônio Germano, disse que não poderia dar detalhes, porque não teve acesso ao inquérito, mas adiantou que Elvis alega inocência, apesar de os pertences de Louise terem sido encontrados em sua casa.

O suspeito estava com mandado de prisão em aberto desde sábado passado. Ele chegou à delegacia por volta das 11h, acompanhado de seu advogado e do pai. Durante cerca de quatro horas, foi interrogado pelo delegado Marcelo Lemos de Oliveira, que prefere manter sigilo sobre o conteúdo do depoimento.

Presas

Permanecem presas Fabiana Perpétua de Oliveira, 20, e Márcia do Nascimento, 21, que trabalhavam na iogurteria onde Louise era supervisora e teriam atraído a garota para uma emboscada em 31 de maio. O corpo da jovem foi encontrado na sexta-feira da semana passada, num areal no Campo de Santana.

O delegado não revela informações sobre o que teria motivado do crime, mas está convicto que os três tiveram envolvimento na morte de Louise. Oliveira informou que ainda faltava apurar o local exato do crime e o destino da arma.

“Algumas contradições serão averiguadas. Resta agora a individualização do que aconteceu naquela noite. As investigações estão transcorrendo de forma séria e coerente”, informou.

Conhecido

O suspeito estava sem cavanhaque. Um parente afirmou que Elvis foi localizado ontem e convencido pelo pai a se entregar à polícia com o advogado. Não foi revelado onde o rapaz estava quando foi preso. A polícia, porém, já tinha a informação do esconderijo e estava prestes a capturá-lo.

Germano apenas afirmou que seu cliente conhecia as garotas. Segundo o parente, ele teria se envolvido com Márcia há cerca de um mês. Elvis deixou delegacia por volta das 16h para o Centro de Triagem II, em Piraquara. De acordo com a polícia, ele e as garotas tiveram prisão preventiva de 30 dias decretada.

Em breve haverá reconstituição

Janaina Monteiro

Apesar de os depoimentos serem conflitantes, o delegado Marcelo acredita que não será necessária acareação entre os três. “Tenho outros elementos para saber se ele falou a verdade”, disse. Com a prisão, o delegado informou que está perto de solucionar o caso e, espera, em breve, realizar a reconstituição do crime.

Uma das linhas de investigação seguidas pela polícia era que Louise teria denunciado suposto desfalque no caixa da iogurteria. Porém, o delegado não revelou quais rumos a polícia está seguindo.

Perícia

De acordo com as investigações, Louise foi levada até o local onde foi assassinada no Gol prata de Elvis. O veículo é submetido à perícia dos institutos de Criminalística e de Identificação, para verificar se há vestígios de sangue ou outras substâncias que possam ajudar nas investigações, e colher impressões digitais.

O laudo deve sair em 15 dias, conforme divulgou a Secretaria da Segurança Pública (Sesp). Na casa dos pais de Elvis, a polícia também recolheu uma bolsa com os pertences de Louise, exceto o aparelho celular da vítima.

Cinzas serão jogadas ao mar

Fernanda Deslandes


Ciciro Back
Balões e pombas homenagearam Louise.

A última homenagem a Louise Sayuri Maeda, 21 anos, foi prestada na manhã de ontem. O corpo foi velado na Capela Vaticano das 9h até o meio-dia, e acompanhado de carreata ao crematório, em Campina Grande do Sul. Por volta das 13h, foram soltos balões e pombas brancas em homenagem à jovem. Amigos da família informaram que as cinzas da estudante serão lançadas ao mar.

“A polícia tem que investigar o que aconteceu, para evitar outros casos. Isso não fará a verdadeira justiça, porque a moça não volta mais. Tem muita coisa errada”, lamenta Wilson Minuru, amigo da avó de Louise.

Coritiba

Funcionários do Coritiba Football Club, que trabalhavam com Satiro Maeda, pai da vítima, fixaram em frente à capela a faixa que foi divulgada na partida contra o Internacional, prestando apoio à família. “Todos ficamos chocados. Demos todo o apoio, acompanhamos de perto o trabalho das autoridades”, afirma Jair Cirino, presidente do time.

Aos prantos, a comadre da mãe de Louise, Ivete Odaninski, relembrou a dor da perda da filha, que foi atropelada há dez anos. “Considerava Sayuri como se fosse minha filha. Ela vivia lá em casa, assim como meus filhos vivem na casa dos pais dela. Ela era uma moça muito querida, estudiosa”, desabafa.