Superlotação e mulher entre presos

Depois de constatar que 70 detidos conviviam em um espaço previsto para oito pessoas e que uma mulher dividia uma cela com vários homens, o coordenador do mutirão carcerário no Paraná, o juiz Éder Jorge, recomendou a interdição do cárcere da delegacia do Alto Maracanã, em Colombo. Na semana passada, ele já havia recomendado a interdição do 12.º DP (Santa Felicidade) e no 9.º DP (Santa Quitéria). Éder disse que enviará relatório ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Poder Judiciário solicitando a interdição imediata das celas.

A Sesp informou que o problema da superlotação é crônico originário desde gestões anteriores e que vem sendo tratado como prioridade pelo Governo do Estado. O órgão explicou que as mulheres não ficam presas na delegacia do Alto Maracanã e que, ocasionalmente, elas ficam detidas por algumas horas e separadas dos homens para que elas possam ser ouvidas durante o inquérito. Depois disso, elas são removidas para espaços exclusivos de prisão feminina.

Presídio

Ontem, a comissão da CNJ vistoriou a Casa de Custódia de Curitiba. O coordenador do mutirão chama a atenção para a diferença entre a carceragem das delegacias, de responsabilidade da Secretaria da Segurança Pública (Sesp), e da estrutura das penitenciárias, da Secretaria da Justiça (Seju). “É como se fosse da água para o vinho. Nesta Casa de Custódia, apenas alguns ajustes se fazem necessários, já que os presos relataram maus-tratos”, diz Éder.