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Secretário de Segurança Pública nega crise dentro da Polícia Civil

O secretário de Estado da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, negou que haja crise dentro da Polícia Civil depois da operação realizada na última sexta-feira, quando policiais civis invadiram uma mansão no bairro Parolin, em Curitiba. O comando da Polícia Civil criticou duramente a iniciativa dos policiais, que não estavam respaldados por delegados ou por instâncias superiores.

Almeida César também disse que os policiais envolvidos na operação não têm motivo para sentirem medo de represálias. “Não há o porquê de medo de represálias, se qualquer um do povo pode prender alguém em flagrante de delito. A polícia tem, mais do que isto, dever de prender. O que chama a atenção é que uma operação de sensibilidade e de risco para os próprios policiais tenha sido feita sem nenhuma articulação, sem nenhum planejamento prévio. Nunca vi policiais precisarem estar encapuzados em uma operação policial. Isto é muito grave. Isto é mais próprio de uma organização paramilitar ou de milícia”, comentou o secretário.

Almeida César afirmou desconhecer a transferência de parte dos policiais civis que participaram da operação na mansão. “Eu desconheço. Deve ser uma questão administrativa da Polícia Civil. O que eu pedi apenas à direção geral da Polícia Civil que tenha todo o rigor na apuração das circunstâncias em que o fato ocorreu. Porque qualquer tipo de atuação, sem controle ou planejamento, estamos diante de um fato muito grave”, declarou. De acordo com Almeida César, há notícia de que participaram da operação policiais aposentados e novatos no quadro da instituição, que inclusive ainda estão em estágio propatório.

Emenda 29

O secretário ressaltou que o governo está fazendo esforços para a implantação do subsídio como forma de pagamento para policiais militares e civis, como previsto na Emenda 29 da Constituição Estadual. Almeida César destacou que o governo estadual está trabalhando na recomposição salarial das categorias. “Temos feito reuniões técnicas com as secretarias envolvidas e estamos avançando muito. Nossa expectativa é de que no prazo máximo de 50 a 60 dias possamos ver concretizada a implantação do subsidío para a Polícia Civil e Polícia Militar”, esclareceu.

Em nota divulgada na última sexta-feira, o Departamento de Polícia Civil informou que “rechaça qualquer informação de que exista uma postura de ‘operação padrão’ por parte dos policiais que compõem a base da instituição” diante das negociações salariais entre a Secretaria de Estado da Segurança Pública e os sindicatos que representam as classes policiais.