Violência

Sábado com quatro mortes em duas casas noturnas

A diversão madrugada adentro terminou violenta neste sábado, em Curitiba. Em dois casos distintos, quatro jovens foram executados a tiros na saída de duas danceterias da capital, uma na Praça da Espanha, no Batel, por volta das 4h30, e a outra na Avenida Visconde de Guarapuava, no Centro, cerca de duas horas antes.

Além dos mortos – dois em cada caso – quatro jovens ficaram feridos pelos disparos no crime do Batel. Em ambos os homicídios, discussões deram motivo à fuzilaria.

No Centro, uma garrafa de bebida alcoólica que custou R$ 150 pode ter motivado a morte de Herbert da Silva Coutinho e Alessandro Alves de Souza, 33 anos, por volta das 2h30.

Eles foram a um restaurante com pista de dança na noite de sexta-feira, na Avenida Visconde de Guarapuava. De acordo duas amigas deles, o grupo comprou dois baldes com latinhas de cerveja para beber, e não houve confusão com ninguém.

Na saída, as mulheres foram buscar o carro e os amigos ficaram em frente ao estabelecimento, fumando um cigarro, quando foram surpreendidos pelos assassinos. Alessandro morreu na hora, com seis tiros. Herbert, também baleado, foi socorrido por uma equipe do Siate e morreu a caminho do Hospital Cajuru.

Os atiradores fugiram, mas foram localizados por uma equipe das Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) do 12´ Batalhão da Polícia Militar, na esquina entre a Avenida Sete de Setembro e a Rua Tibagi.

Maurício da Silva Dantas, 20, e Wagner José Vital, 30, foram encaminhados ao 1´ Distrito Policial, juntamente com dois revólveres calibre 38, um com numeração adulterada e outro com a identificação lixada.

Garrafa

Em depoimento, Maurício declarou que, dentro da casa noturna, comprou uma garrafa de rum por R$ 150 e deixou em cima da mesa. Uma das vítimas teria tentado pegar a garrafa e foi repreendida.

Houve discussão, e ele decidiu ir embora, acompanhado de Wagner, para buscar armas em casa, no bairro Quissisana, em São José dos Pinhais. Ele declarou que voltou até o restaurante em Curitiba e ficou esperando do lado de fora.

Assim que percebeu que Alessandro e Herbert estavam sozinhos na entrada do estabelecimento, efetuou doze disparos sozinho com as duas armas e fugiu. Wagner o acompanhava.

Outras testemunhas devem ser ouvidas na delegacia ao longo da semana, para que a polícia possa descobrir se realmente foi a garrafa de bebida que motivou as mortes.

Maurício já foi preso quatro vezes por porte ilegal de arma de fogo. Em uma das situações, em maio, ele foi detido pela Guarda Municipal de São José dos Pinhais porque divulgou em um site de relacionamentos várias fotos com armas nas mãos.

De acordo com a família de Herbert, ele trabalhava como técnico de informática com o pai e veio a Curitiba procurar uma casa para morar com a esposa há pouco tempo.

Um dia antes do crime, ele voltou à Matinhos, onde viveu vários anos, para uma visita rápida aos pais, ao filho e à esposa. Ele declarou que estava com saudades de todos, já que não os via há uma semana. “Parece que ele foi se despedir de nós”, lamenta a mãe.

Discussão repentina iniciou tiros

Duas pessoas foram assassinadas e outras quatro baleadas na porta de outra danceteria na Praça da Espanha. Por volta das 4h30, muitos jovens já seguiam para casa pela Rua Fernando Simas, quando houve uma intensa discussão entre um grupo de pessoas.

Um homem foi até o carro buscar uma arma e voltou atirando. Ele estava acompanhado de um amigo e fugiu. Edson Luiz de Oliveira, 18 anos, morreu na hora. Guilherme Henrique dos Santos Silva, 16, morreu dentro da ambulância do Siate, a caminho do hospital.

Vanessa de Paula Cassaro Torrini, 18, Tiago Luiz Araújo, 18, e um garoto de 15 foram atingidos nas pernas e encaminhados aos hospitais Evangélico e Cajuru. Eles passam bem. Já Celso Luiz Merlini Berri, 20, levou um tiro nas costas e está na UTI do Hospital Cajuru.

A Delegacia de Homicídios não conseguiu descobrir o que gerou a discussão e quem são os atiradores. A polícia pr,ocura por imagens das casas noturnas nas redondezas para identificar suspeitos.

O pai de Edson informou que a família mora em Balsa Nova. O jovem se apresentaria ao Exército em 21 de setembro e estava animado. Disse aos pais que foi à danceteria para despedir-se de um amigo, que vai jogar futebol no exterior.