Requião anuncia prisão, mas SESP não confirma

Tudo indica que o assassinato de Adel Rutz, 36 anos, prefeito de Rio Branco do Sul, teve conotação passional e não política, como se pensou a princípio. As investigações estão em ritmo acelerado para esclarecer o caso e ontem, às 17h30, em seu twitter, o governador Roberto Requião divulgou a informação de que um suspeito tinha sido preso e seria o piloto da motocicleta que participou da emboscada à vítima. Porém, de acordo com policiais envolvidos no trabalho, são três os indivíduos presos. Já assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SESP) não confirmou nenhuma prisão, tumultuando ainda mais as já desencontradas informações sobre quantas pessoas foram detidas.

No concorrido velório de Adel, cujo corpo cumpriu uma “via sacra” desde que saiu do necrotério do Instituto Médico Legal, parentes confirmaram que ele era uma ótima pessoa e tinha fama de “mulherengo”. Boatos davam conta de que recentemente ele havia sido flagrado em companhia de uma mulher que não era a sua. Isso teria propiciado o término de seu casamento e a separação, ocorrida há cerca de um mês. Após o Carnaval, Adel deixou sua casa, na localidade rural de Assungui (onde foi velado na noite passada) e mudou-se para o centro do município, onde foi morto.

O crime na noite de segunda-feira. Adel foi executado a tiros na Rua Coronel Carlos Pioli, por volta das 20h30, quando chegava em casa, em seu veículo Golf. Dois indivíduos se aproximaram numa motocicleta escura e, ao perceber a emboscada, o prefeito saiu do carro e correu. O garupa atirou e acertou cinco tiros na vítima, que morreu logo depois no Hospital Municipal. Os marginais fugiram e abandonaram a moto no trevo que dá acesso ao município de Cerro Azul. Segundo testemunhas, um Gol prata, ocupado por um casal, dava cobertura à dupla assassina.

Velório

Mais de duas mil pessoas acompanharam o velório do prefeito durante o dia de ontem. O corpo deixou o Instituto Médico Legal no início da manhã e foi levado ao salão paroquial da Igreja Nossa Senhora do Amparo, matriz do município. De lá o cortejo seguiu para a prefeitura, onde Adel foi homenageado, e depois para a Câmara Municipal. À tarde, foi transportado para a localidade de Açungui, onde recebeu a visita de centenas de pessoas. O sepultamento está previsto para às 8h de hoje, no Cemitério de São Vicente, onde está enterrado o sogro de Adel, Pedro Cristiano, que também foi prefeito de Rio Branco do Sul.

Familiares contaram que o prefeito morou os últimos 16 anos em Açungui. A casa onde foi velado era conhecida da população. “Em quase todos os fins de semana ele fazia churrasco aqui e vinha muita gente. Nem precisava de convite, era só aparecer”, disse o sobrinho dele, Fábio Techy, que é secretário de Finanças do município. “Ele era um prefeito bastante popular e querido pelas pessoas”, acrescentou.

Motivo

Os parentes e amigos de Adel não quiseram falar sobre as investigações, mas disseram não acreditar que tenha se tratado de um crime político. “Não havia motivo para isso, ele se dava bem com todo mundo”, disse o assessor de imprensa, Osmar Taborda.

Com a morte de Adel, o vice-prefeito Emerson Santos Stresser assumiu o cargo. Ele tomou posse na manhã de ontem e sua primeira medida foi decretar luto oficial de três dias pela morte do colega e amigo. Adel tinha assumido a prefeitura em janeiro de 2009 após ser eleito com 13.135 votos, mais de 65% da votação, a maior já registrada no município.