Importando criminosos

Quadrilhas de SP e SC atacam no Paraná

O crime é um negócio sem fronteiras para os ladrões. Segundo o delegado-chefe da Divisão de Crimes contra o Patrimônio, Luiz Carlos de Oliveira, existe uma série de modalidades criminosas em que os marginais migram de um estado para o outro para cometer os crimes. Em Curitiba, a maior parte dos ladrões que vêm de fora são paulistas ou catarinenses.

A explicação, segundo Oliveira, está na proximidade. Os alvos dos ladrões são as “saidinhas” de bancos, os caixas eletrônicos, as joalherias, os automóveis e as cargas. “Eles migram porque são conhecidos em seus hábitats e acabam roubando em outros lugares por não serem reconhecidos”, aponta Oliveira.
Para o delegado-adjunto da Delegacia de Furtos e Roubos, Guilherme Rangel, a migração dos ladrões ocorre quando a polícia “aperta o cerco” contra eles em seu território.

De acordo com o delegado-chefe da Delegacia de Furtos e Roubos, Rodrigo Brow de Oliveira, as quadrilhas que furtam caixas eletrônicos são exemplos de migração: metade dos integrantes que vêm roubar em Curitiba e em municípios próximos à Capital são da região de Joinville (SC) e São Paulo. Eles furtam caixas eletrônicos com maçarico, serras circulares ou explosivos.

A polícia “apertou o cerco” a essas quadrilhas em Curitiba e elas migraram para o interior do Paraná. Uma das últimas foi presa pela polícia em julho em Palmeira. Entre os 12 integrantes os responsáveis pela segurança externa e planejamento do crime eram de São Paulo e os especialistas que faziam o corte do caixa eletrônico eram de Santa Catarina.

De janeiro a julho deste ano, a Delegacia de Furtos e Roubos registrou, em média, de uma a duas ocorrências por semana de furtos em caixas eletrônicos, em Curitiba e Região Metropolitana. Os roubos nas “saidinhas” de banco ocorreram, em média, duas a quatro vezes por semana na Capital no primeiro semestre do ano. Eles acontecem principalmente no começo do mês quando as pessoas recebem o salário e há mais dinheiro em circulação. “Quase sempre os ladrões contam com o auxílio de marginais de Curitiba que conhecem a região”, explica o delegado Rodrigo de Oliveira.

O delegado Luiz Carlos de Oliveira conta que teve um caso de ladrões que vinham a Curitiba roubar nas saídas de bancos durante a semana inteira e voltavam para casa, em São Paulo, nos finais de semana. “Dois deles tinham BMW. Eles movimentaram muito dinheiro. A quadrilha trocava de moto semanalmente”, lembra o delegado.