Boqueirão

Preso casal que mantinha garota em casa de prostituição

A casa noturna Bia Night Club, na Rua das Carmelitas, Boqueirão, foi fechada na madrugada de ontem, depois que a mãe de uma garota, de 17 anos, denunciou à polícia que ela se prostituía no local. Os policiais do 7.º Distrito Policial (Hauer), constataram que a garota fazia programas e usava a identidade de uma amiga mais velha.

O gerente, Elcio José Nunes da Silva, 35 anos, e a caixa, Jenifer dos Santos, 20, foram presos em flagrante e autuados pelo artigo 218-B do Código Penal (favorecimento de prostituição de menores). Outras três garotas de programa foram ouvidas e liberadas. Elas alegaram que apenas dançavam e serviam bebidas, entretanto, a polícia encontrou evidências que o local era casa prostituição.

Campana

Quando receberam a denúncia, na semana passada, os investigadores montaram um esquema para conseguir o flagrante. “Ficamos de campana em frente ao estabelecimento. Temíamos dar o bote errado, pois eles teriam a chance de sumir com a menina”, disse o delegado-adjunto do 7.º DP, Amarildo Antunes. “Caso pegássemos algum cliente com a menor, ele seria preso e poderia pegar de 4 à 10 anos de prisão”, complementou.

Elcio e Jenifer alegaram não saber que a garota tinha 17 anos. “Nós ficávamos com o documento no caixa todas as noites. Nem desconfiamos que não era dela”, afirmou Jenifer. Os dois afirmaram que a adolescente apenas fazia shows, como as outras meninas. “Isso acontece em toda casa noturna. Disse que tinha brigado com a família e precisava morar na casa”, tentou justificar o gerente.

Segundo o delegado Amarildo, o proprietário da casa de shows foi intimado. “Caso ele não compareça, pediremos sua prisão preventiva”, garantiu. Ele será autuado por facilitação de prostituição de menores, mas como não foi pego em flagrante, responde em liberdade. A promotoria poderá indiciá-lo também por rufianismo, obter lucro com prostituição. Outras casas noturnas do bairro estão sendo investigadas.

Valores

Dois livros-caixa foram apreendidos. Neles eram registrados o movimento de dinheiro e bebidas, o número de programas que cada garota fazia por noite, além dos modelos dos carros dos clientes. A maioria, automóveis de luxo. Segundo informações da polícia, cada cliente pagava R$ 150,00 pelo programa, mais R$ 50,00 pela consumação de bebidas e R$ 70,00 pelo quarto, totalizando R$ 220,00. Desse montante, R$ 100 ia para as garotas. A menor teria começado em 14 de abril, e atenderia em média de dois a três clientes por noite.