Ajuste

Polícias podem estar próximas de acordo com governo

Depois de rechaçarem as propostas iniciais de reajuste apresentadas pelo governo do Estado, as Polícias Militar e Civil se reuniram novamente com a administração estadual nesta semana para conhecerem outras ofertas. Apesar de a nova proposta ser aparentemente mais favorável às corporações do que a anterior, os valores das novas tabelas salariais não foram divulgados devido à necessidade de passar por aprovação do governador Beto Richa (PSDB).

Outro encontro, com a Polícia Científica, também está agendado para a próxima terça-feira (28). Caso as novas ofertas sejam aceitas, diminuem as possibilidades de as corporações entrarem em greve. De acordo com a Secretaria de Estado da Administração e Previdência (Seap), o clima de segredo é necessário porque o governo ainda deve realizar um estudo do impacto orçamentário antes de apresentar a proposta para Richa.

Somente depois disso é que a proposta poderá ser encaminhada oficialmente às categorias para aprovação em assembleia. Apesar de manter o mistério, o vice-presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), Neilor Liberato, garante que a corporação está inclinada a aceitar a oferta. “Não é exatamente o que esperávamos, mas é melhor do nada e isso era o que a 1ª, a 2ª e a 3ª classes iam receber com a outra proposta porque ela era completamente irreal”, comenta.

A expectativa do Sinclapol é de que o governo formalize a nova oferta até a próxima terça-feira (28) para que ela seja discutida em assembleia. A proposta anterior era de um reajuste de 26%, incluindo a reposição inflacionária de 6,5%, mas o aumento não seria linear para todas as classes, segundo Liberato. No caso da Polícia Militar, o reajuste proposto anteriormente era de 23,5%, também incluindo a reposição da inflação e contendo os mesmos problemas em relação às classes. No entanto, a posição desta categoria a respeito da nova oferta do governo está mais indefinida.

Como a única entidade representativa da categoria, a Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas (Amai), não foi convidada para participar da reunião desta semana, nem mesmo os próprios policiais conhecem o seu teor. “Somente o Comando Geral da PM esteve nessa reunião, então a única notícia que temos é de que houve avanço, mas a proposta em si não é conhecida por nós. Desta forma, parece que há qualquer coisa de errado nisso tudo, pois como a conversa foi com o Comando, que é um canal de ordem, não há contestação”, comenta o presidente da entidade, Elizeu Ferraz Furquim.

Por sua vez, a Polícia Científica está com “boas esperanças”, em relação ao encontro da próxima semana, como conta o presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná (Sinpoapar), Ciro Pimenta. “Como já levamos um estudo pronto sobre as tabelas e a categoria é bem menor, nosso caso é muito mais simples”. Apesar disso, a categoria não descarta iniciar uma greve, cujo indicativo já foi aprovado em assembleia. O mesmo acontece com a Polícia Civil, que tenta contestar na Justiça a determinação do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) de que não poderia fazer uma paralisação. A única categoria que descarta completamente a possibilidade de greve é a Polícia Militar.