Polícia apura passado de falso pai-de-santo

Recolhido no xadrez da Central de Polícia – Cepol -, o sargento aposentado da PM João Antônio Gonçalves, 53, que se dizia pai-de-santo, aguarda sua transferência para o Centro de Triagem. Enquanto isso, a polícia investiga se os antecedentes criminais dele – responde a sete inquéritos – têm relação com os abusos sexuais contra jovens, dos quais ele é acusado. Também estão sendo esperadas outras vítimas, que o tenham reconhecido pela foto divulgada na imprensa.

João foi preso na tarde de anteontem, em sua residência, na Vila Uberlândia, Novo Mundo. Ele é acusado de ter praticado barbaridades contra moças na faixa de 15 a 22 anos, que o procuravam em busca de auxílio espiritual. Segundo relato da advogada Sílvia Xavier, chefe da Defensoria Pública do Estado, que acolheu as denúncias feitas por uma das vítimas, ele embriagava as jovens para cometer atrocidades. Entre os atos imputados a João estão violentar as vítimas com uma bengala, urinar na boca das garotas e espancamento, no caso de resistência.

Confissão

Para o superintendente Gumiero, da Cepol, o acusado teria admitido as atrocidades, mas justificou-as dizendo que as vítimas gostavam do que ele fazia.

As moças procuravam João, principalmente para resolver problemas amorosos. Ele dizia incorporar entidades espirituais e alegava que as perversões a que eram submetidas as vítimas, faziam parte do “trabalho”, para que o pedido delas fosse concretizado. Em sua casa, a polícia encontrou, além da bengala, vestimentas de rituais, livros, bebidas e agendas. Também foram recolhidos cartões de empresa, nos quais contava o mesmo endereço do acusado. Entre os papeis estava o telefone da advogada Sílvia Xavier, que desde o começo das investigações do caso vinha recebendo ligações com ameaças.

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