Pedreiro é seqüestrado no Campo Comprido

O seqüestro de um pedreiro, ocorrido no final da tarde de quarta-feira, intriga a polícia da capital. A vítima é moradora na Rua Domingos Faria de Melo, Vila Sandra II, no Campo Comprido, local conhecido pela simplicidade da comunidade. Um dos supostos seqüestradores foi baleado e morto pela polícia. Já a vítima permanecia desaparecida até o início da madrugada de ontem, sem que houvesse pedido de resgate.

Segundo o sargento Sezepanski, do 13.º Batalhão da Polícia Militar, uma mulher que identificou-se como Martinha, esposa do pedreiro Adilson Gonçalves, 34 anos, ligou à polícia, por volta das 17h de quarta, comunicando que seu marido havia sido seqüestrado. Quatro homens, que se identificaram como policiais e que estavam armados com revólveres e pistolas, adentraram a residência, dominaram o pedreiro e fizeram uma revista em busca de armas e drogas.

Os falsos policiais nada encontraram, então acabaram levando aparelhos eletro-eletrônicos da moradia. Sabendo que Adilson tinha uma conta na Caixa Econômica, colocaram ele dentro de um  Palio preto com a placas frias de Porto Alegre IGG-0453 – que bate com a identificação de uma moto – e o levaram até o banco para sacar dinheiro.

Nesse meio tempo, a esposa do pedreiro mantinha a polícia informada, por telefone, do que estava acontecendo. Sabendo do saque do dinheiro, os policiais montaram campana próximo à agência da Caixa no bairro.

Por volta das 17h40, Martinha ligou novamente à polícia, dizendo que os falsos policiais não tinham conseguido sacar os valores e que estavam de volta à casa. Policiais Militares do Projeto Povo Fazendinha se deslocaram imediatamente para a residência, e próximo ao endereço, os populares gritaram e apontaram um dos acusados, que estava em uma moto Titan vermelha, dando cobertura ao Palio. Quando os policiais desceram da viatura para fazer a abordagem, o homem acelerou a moto e fugiu. A perseguição durou algumas quadras, quando o fugitivo, segundo a polícia, começou a atirar. O confronto resultou na morte do bandido, que foi levado ao Hospital do Trabalhador pelos próprios PMs, onde entrou em óbito minutos depois.

Posteriormente o seqüestrador foi identificado no IML, através de uma carteira de habilitação em seu bolso, por Eli Natalino de Jesus Teodoro, 32 anos, padeiro. Ele seria um dos bandidos que entrou pela primeira vez na residência do pedreiro. O revólver calibre 38, usado por ele, foi apreendido.

Família não entende a morte

Valéria Biembengut

A família do padeiro Eli Natalino de Jesus Teodoro, 32 anos, levou um susto ao saber que ele havia sido morto em troca de tiros com a polícia, no final da tarde de quarta-feira. Ontem à tarde, a mulher dele, Daniele esteve no Instituto Médico Legal (IML), para reconhecer o corpo do marido com quem era casada há dez anos e tinha três filhas.

Daniele contou que estranhou quando chegou em casa do trabalho por volta das 23h e o marido não estava em casa. Pela manhã, ela recebeu um telefonema da PM avisando que seu marido estaria internado no Hospital do Trabalhador. "Fui no hospital, mas me contaram que ele chegou morto. Agora vim aqui no IML".

O cunhado de Eli, Fábio Martins, disse que o padeiro saiu de casa por volta das 17h30, com sua motocicleta CG Titan 125, horário em que houve a troca de tiros. "Eu nunca soube que ele estava envolvido com o mundo do crime. Fiquei surpreso, ele trabalhava como padeiro e fazia bicos como segurança", salientou Fábio.

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