Nascido há apenas 20 dias fica “sem mãe”

Os policiais do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) recuperaram uma bebê de apenas 20 dias que foi ilegalmente vendido e levado ao Rio de Janeiro. Ontem, Rutinéia Carvalho dos Santos compareceu na delegacia com a criança e foi obrigada a entregá-la. Tanto ela quanto a mãe biológica, Eliane Aparecida Silva Gomes de Deus, serão indiciadas por crimes que constam no Estatuto da Criança e do Adolescente. Elas não foram presas, porque estavam fora do período de flagrante.

O garotinho nasceu no último dia 3, na Maternidade de São José dos Pinhais. Durante o pré-natal, Eliane usou os documentos de Rutinéia e, até ganhar alta com o filho, todo o cadastro hospitalar foi elaborado com documentos falsos.

Desta forma, Rutinéia conseguiu levar, sem qualquer empecilho, a crianças ao Rio de Janeiro. O caso só foi descoberto quatro dias depois do parto, quando o ex-marido de Eliane procurou o Núcleo de Proteção a Criança e Adolescente (Nucria) e contou o que havia acontecido. O caso então foi repassado ao Sicride, que conseguiu entrar em contato com familiares de Rutinéia que moram em Curitiba.

No Rio de Janeiro, a mulher soube que o esquema tinha sido descoberto e, ontem, voltou para Curitiba e se apresentou no Sicride junto com seu advogado e o bebê, sem imaginar que a criança seria retirada de seus braços. A mulher não chegou a pagar em dinheiro pelo menino, mas financiou o parto e deu remédios e mantimentos a Eliane como forma de pagamento.

Depois de Rutinéia ser ouvida, a delegada Márcia Tavares entrou em contato com a Vara da Infância e Juventude, que encaminhou o bebê a um abrigo. A criança ficará lá até ser decidido pelo Justiça se ela será entregue para adoção, ou se ficará com uma das mulheres. Segundo a delegada, Rutineá ficará em Curitiba até a próxima semana, e na segunda-feira o advogado dela prometeu entrar com pedido de adoção do menino. Eliane foi indiciada por efetivar entrega de criança mediante recompensa (comércio de criança) e Rutinéia por registrar filho alheio como próprio.

Voltar ao topo