Manifestação

Moradores da Vila das Torres realizam protesto

Moradores da Vila das Torres, em Curitiba, queimaram pneus e bloquearam os dois sentidos da Avenida Comendador Franco (Avenida das Torres), em frente à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) por cerca de duas horas no fim da tarde de ontem. O protesto foi motivado pela morte de dois adolescentes no último sábado, provavelmente causado por uma briga entre gangues da Vila das Torres.

Com a via bloqueada, o trânsito nas ruas de acesso à Avenida das Torres ficou congestionado, como na Avenida Prefeito Omar Sabbag e desde o início do Viaduto Colorado, na Rua Colorado.

O Batalhão da Polícia de Trânsito (BPTran) e a Polícia Militar (PM) auxiliaram no desvio pela BR-476 e pela Rua Guabirotuba. Segundo o tenente do 20.º Batalhão da PM, Rodrigo Brito, o protesto ocorreu com tranqüilidade.

Embora não tenha havido confronto, o clima foi de tensão no local, principalmente na chegada do caminhão do Corpo de Bombeiros, acionado para conter o fogo e ajudar a polícia a liberar o trânsito. Os protestantes tentaram impedir a ação dos bombeiros.

Insegurança

O constante clima de insegurança foi o que motivou o protesto, segundo os moradores. Com medo de repressão, os moradores não quiseram se identificar, mas a reivindicação foi por mais segurança na Vila. Uma das protestantes disse que a paciência com injustiças acabou.

“A comunidade não agüenta mais ver inocentes serem mortos e a não punição pelos crimes da região. Queremos justiça e paz. Se nada for feito, o povo vai tomar atitude com as próprias mãos, como o ato de hoje demonstrou”, afirmou.

O aviso foi claro: novos protestos podem acontecer nos próximos dias. Ontem os moradores prometeram um novo bloqueio para a próxima sexta-feira, na Avenida das Torres e também na Rua Guabirotuba.

Na tarde do último sábado, um tiroteio deixou dois adolescentes mortos e oito pessoas feridas durante a partida de futebol entre o Boca Juniors e o Expresso Azul, pela Copa Boqueirão, de futebol amador, no Estádio José Germano da Costa.