Lingüiça roubada leva comerciante ao xadrez

Uma carga de lingüiça roubada levou quatro comerciantes para trás das grades. Celso Ricardo dos Santos, 27 anos; Jair Cabral de Souza, 34; Irineu Ferrari, 53, e João Joel Kerecz, 33, foram autuados em flagrante por receptação e sonegação fiscal. Os comerciantes José Carlos dos Santos, Renato Costa, Emerson Bosco e Júlio César Gonçalves Colonhesi foram indiciados em inquérito policial pelo mesmo crime.

No último dia 3, bandidos tomaram em assalto o caminhão Scania placa MAM-6872 – e carreta placa MAQ-7112 -, de Concordia (SC), carregado com 25 toneladas de lingüiça. Os marginais abordaram o motorista na PR-151, trecho entre São Mateus do Sul e Palmeira. Depois dispensaram o caminhão vazio no posto Casil, em São José dos Pinhais, na BR-376. A queixa foi registrada na Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas.

Investigações

Uma denúncia anônima deu conta de que parte de uma carga roubada de lingüiça havia sido comprada pela Sulcarne Comércio de Carnes e Bebidas, situada na Rua Tijucas do Sul, no Sítio Cercado. Os policiais da DFR se dirigiram até lá, confirmaram a informação e prenderam o proprietário do estabelecimento, Celso Ricardo, que foi autuado pelo delegado Eduardo Marcelo Castela.

No local foram apreendidos 1.200 quilos de lingüiça. Outros 2.216 quilos, comprados pelo mesmo comerciante, estavam escondidos na peixaria Izacosta, na Avenida República Argentina, Capão Raso. Os proprietários do estabelecimento, José Carlos dos Santos e Renato Costa, foram indiciados por favorecimento pessoal. “Os dois já tem passagem pela polícia por estelionato”, salientou Machado.

Ele enfatizou que Celso comprou a carga sem nota fiscal e pagou preço menor do que o de mercado. “Ele revendia ao consumidor pelo dobro do preço e sonegava impostos”, afirmou o delegado Gerson Machado, titular da especializada.

Cajuru

Na continuidade das investigações, os policiais descobriram que uma parte da mesma carga de lingüiça havia sido vendida para Jair Cabral de Souza, dono do supermercado Cabral, na Avenida Florianópolis, Cajuru. “Temos informações que ele comprou 240 quilos de lingüiça, pagando R$ 2,20 o quilo”, disse Machado. No mercado de Jair foram apreendidos 51 pacotes de lingüiça, sendo que cada um pesava três quilos.

No Supermercado Ferrari, na Rua Natal, também no bairro Cajuru, a polícia encontrou mais lingüiça roubada. O comerciante Irineu Ferrari foi autuado em flagrante. Em seu estabelecimento foram apreendidas 41 caixas com três quilos cada. “A informação que temos é de que ele comprou 198 quilos. Este comerciante foi solicitado por policiais do 4.º Distrito Policial, mas não temos conhecimento sobre a investigação que eles estão fazendo”, salientou.

Outros

Também foi preso em flagrante João Joel Kerecz, proprietário da Casa de Carnes Baby Beef, na Rua Engenheiro Bley Filho, no Pinheirinho, acusado de comprar seis mil quilos de lingüiça e revender quatro mil quilos para Celso Ricardo. “O João estava em poder de 960 quilos de lingüiça. O restante ele já tinha revendido para consumidores”, informou Machado.

O delegado disse ainda que está procurando Emerson Bosco, dono de uma Farmácia na Avenida Sagrado Coração, no Pinheirinho, que seria a pessoa que negociou o produto roubado com João Joel. “É estranho porque ele trabalha com remédios e não com lingüiça”, ironizou machado. Ele acredita que Emerson esteja envolvido com o roubo e a a venda da carga. “Temos denúncia de que ele está de posse de dez toneladas de lingüiça. Ele está foragido e está sendo procurado”, relatou Machado, que também indiciou por crime de favorecimento o comerciante Júlio César Gonçalves Colonhesi. “Ele comprou a mercadoria e depois desfez o negócio porque não tinha nota fiscal. Foi indiciado porque não comunicou o fato à polícia”, explicou o delegado.

As investigações continuam no sentido de identificar e prender os autores do roubo e outros integrantes da quadrilha de ladrões de cargas.

Voltar ao topo