Ingresso fajuto dá cadeia em Pinhais

Um lote de dez ingressos falsificados deixou o Paraná Clube em estado de alerta. As entradas para o jogo contra o Santos, remarcadas de modo grosseiro, estavam nas mãos de dois homens presos na manhã de domingo perto do Autódromo de Pinhais. Eles também teriam bilhetes falsos para a prova de Stock Car.

Os ingressos da partida do Paraná eram originalmente de meia entrada (com valor de R$ 10), mas foram apagados e remarcados como inteiros (R$ 20). De acordo com Valdir Bicudo, ex-árbitro de futebol e superintendente da delegacia de Pinhais, os falsificadores rasparam o papel original e os reimprimiram numa gráfica. A adulteração é mal feita e facilmente identificável.

Os suspeitos José de Oliveira Gomes, José Luiz de Almeida Sobrinho e um adolescente de 16 anos foram surpreendidos às 9h30 de domingo por seguranças do autódromo, e em seguida detidos pela Polícia Militar. Gomes tinha passagem na polícia por falsificação de documento público e falsidade ideológica, e Almeida, por assalto e formação de quadrilha. Ambos foram presos na delegacia de Pinhais, e o adolescente encaminhado ao Conselho Tutelar da cidade. ?Havia vários outros cambistas concentrados perto do autódromo, que fugiram na hora da abordagem?, falou Bicudo. O policial acredita que os ingressos para a Stock Car tenham sido jogados fora rapidamente pelos suspeitos.

Repressão

O diretor financeiro do Paraná Clube, Pedro Poitevin, afirma que é difícil coibir a ação de cambistas e falsificadores.

Os ingressos para o jogo contra o Santos foram os primeiros impressos por uma empresa que acabou de firmar contrato com o Tricolor. ?Realmente mostraram que são vulneráveis?, afirmou o diretor. O Pinheirão não tem catracas que identificam eletronicamente a origem dos ingressos. O clube limita a venda a cinco bilhetes por pessoa.

O Tricolor ainda não sabe se outras entradas falsas passaram pelo Pinheirão no jogo de domingo. Em caso afirmativo, o clube ficou com prejuízo, uma vez que vendeu os ingressos aos cambistas pela metade do preço, e não diretamente aos torcedores dispostos a gastar R$ 20.

O Paraná deve manter o mesmo sistema de venda de bilhetes para os próximos jogos no Pinheirão – com exceção das partidas patrocinadas pela Nestlé. Os funcionários das catracas receberão orientação especial para observar as entradas e evitar novas fraudes. Ao torcedor, o clube e a polícia recomendam sempre exigir de volta o canhoto do ingresso -que serve tanto como comprovante no caso de necessidade quanto para evitar que o catraqueiro repasse o bilhete aos cambistas para ser revendido de forma fraudulenta.

Holografia e catracas, armas contra a fraude

O Paraná Clube recorre a uma nova tecnologia para evitar que ingressos falsos, como os do jogo contra o Santos encontrados com cambistas, entrem na reformulada Vila Capanema. O Tricolor já contratou a mesma empresa que instalou no Beira-Rio o sistema com bilhetes impressos na hora, até agora único nestes moldes no Brasil.

O ingresso que dará acesso à nova Vila será emitido e entregue em tempo real, através de cadastro prévio feito com cada torcedor. O bilhete terá dois códigos bidimensionais (holografias) impressos um sobre o outro. ?As duas holografias são abertas, separadas e lidas pelas catracas. Só então o acesso é liberado. A falsificação torna-se praticamente impossível?, explica o diretor financeiro do Paraná, Pedro Poitevin.

Se ainda assim houver fraude, o suspeito poderá ser identificado posteriormente. As catracas serão monitoradas por câmeras capazes de identificar quem entrou com ingresso adulterado.

O sistema permite também a coleta da impressão digital de cada torcedor, que colocará o dedo sobre a catraca. Assim, poderá ser evitada a entrada de pessoas que tenham causado problema em partidas anteriores.

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