Hotel em Curitiba guardava óleo diesel no subsolo

O Hotel Caravelle, situado na esquina das Ruas Cruz Machado e Desembargador Ermelino de Leão, no centro de Curitiba, guardava uma bomba-relógio em seu subsolo: três cilindros armazenando cerca de 600 litros de óleo diesel.

Juntos, os tanques podiam conter mais de 30 mil litros do combustível. Salvatori Dichiara, dono do hotel, foi detido pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), e autuado em flagrante por crime ambiental, devido ao armazenamento irregular do produto.

Segundo explicou o delegado Miguel Stadler, do Cope, o encontro dos tanques se deu por uma denúncia, dois dias antes. Ontem, uma equipe foi verificar o local. Fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente encontraram apenas 600 litros de combustível, segundo informou a assessoria de imprensa da prefeitura.

De acordo com Stadler, havia dois cilindros, com a capacidade de armazenamento bem maior do que o produto encontrado, cerca de 15 mil litros cada um, e um terceiro, um pouco menor.

Herdado

Os dirigentes do hotel explicaram ao delegado que arrendaram o hotel há pouco mais de um ano, e nessa época, já existiam os cilindros com o combustível. Acharam que o armazenamento do óleo era normal.

Alegaram ainda que o estabelecimento já passou pela vistoria de vários outros órgãos de fiscalização, e nunca ninguém os questionou sobre o produto, que está há cerca de oito anos guardado, sem ser utilizado. Antes disso, servia para alimentar o funcionamento das caldeiras da lavanderia.

“Eles também denunciaram que existem vários outros hotéis no centro com o mesmo problema. Apesar das explicações, infelizmente elas não isentam o proprietário de responder pelo crime ambiental, que é inafiançável e prevê reclusão”, comentou Stadler.

O delegado ainda mostrou que, além do risco de explosão – fios elétricos antigos passam perto dos cilindros -, também havia o risco de contaminação do meio ambiente, caso o óleo vazasse.

O hotel foi notificado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e deverá retirar, em 24 horas, o óleo do local. O estabelecimento não foi multado e deve continuar normalmente com as suas atividades.