Sinalização insuficiente, ausência de calçamento e provável imprudência de um motorista. A soma desses fatores resultou na trágica morte de uma garota de apenas 14 anos, atropelada domingo à noite, em frente à Escola Novo Éden, no Bairro Novo.
Michele Delgado Dias ia a pé para casa, acompanhada de um irmão e uma amiga, quando foi atingida por um Fiat Uno que havia acabado de colidir com um Chevette, no cruzamento entre as ruas Mandirituba e Moisés Gutzen. Os três jovens andavam por um gramado ao lado da rua, que não tem calçada, mas isso não garantiu segurança para eles. Michele foi atropelada e morreu presa sob o rodado do Uno.
Policiais militares chegaram ao local poucos minutos depois do acidente e encontraram Michele ainda viva, embora inconsciente e respirando com dificuldade. “Foram poucos minutos até que o Siate chegasse, mas ela morreu antes”, lamentou o cabo Delfes. O PM observou que o cruzamento está mal sinalizado. “A sinalização horizontal nessa esquina não é suficiente, ainda mais à noite, com essa neblina, e considerando que fica em frente a uma escola. Faltam placas alertando sobre a preferencial”, comentou o cabo.
Colisão
De acordo com os dados apurados pela PM e repassados à Delegacia de Delitos de Trânsito, o Chevette, conduzido por Alberto Silvestrini Neto, trafegava pela Rua Mandirituba em direção ao terminal de ônibus, e o Uno vinha pela Moisés Gutzen. Naquele cruzamento, a Mandirituba é preferencial. Em depoimento ao delegado Adonai Armstrong, na Dedetran, Alberto disse que o Uno, conduzido por Anderson dos Santos, cruzou a via sem parar. Com a pancada, o Uno foi para cima dos adolescentes e pegou Michele em cheio.
Alberto, feirante, estava indo buscar uma amiga quando ocorreu o acidente. Ele foi ouvido na madrugada de ontem e liberado pelo delegado. Anderson, técnico em radiologia, tinha saído de um culto evangélico. Ele não conseguiu depor. Entrou em estado de choque ao saber que a garota tinha morrido e foi levado para atendimento médico. O delegado Armstrong disse, ontem, que Anderson deverá ser ouvido e indiciado por homicídio culposo.