Almirante Tamandaré

Filho não entrega para a polícia quem matou a mãe

O rapaz salvo pela mãe, que se jogou em sua frente e morreu baleada no final da madrugada de sábado (13), em Almirante Tamandaré, não ajudou a Polícia Civil a localizar o assassino.

Paraplégico há aproximadamente dois anos, desde que sofreu outro atentado, ele prestou depoimento dizendo que foi confundido com outra pessoa pela segunda vez, e que não conhece os atiradores.

Cristiano Ribeiro da Silva, 23 anos, estava com Eliete Ribeiro da Silva, 43, quando a residência deles, na Rua São João, bairro Monte Santo, foi invadida por dois homens por volta das 6h30 de sábado.

Assim que viu a arma, Eliete se posicionou na frente do filho, que estava deitado, e foi baleada. A dupla descarregou um revólver e fugiu. De acordo com a Polícia Civil, Cristiano gritou por socorro sem parar, e só não foi morto porque a munição dos atiradores acabou. Ele foi atingido apenas no braço.

A mãe, baleada na cabeça, ainda o abraçou e nos últimos minutos de vida pediu que ele tivesse calma até que ela conseguisse buscar socorro. Entretanto, ela não resistiu.

Cristiano foi encaminhado ao Hospital Cajuru, em Curitiba, e recebeu alta no mesmo dia. Como ele é paraplégico e nenhum outro familiar foi buscá-lo, ele permanecia no hospital até a manhã de ontem, e não pôde estar presente no sepultamento da mãe. Dentro do próprio hospital ele prestou depoimento.

Atentado

Há dois anos Cristiano levou cinco tiros. Atingido na coluna, perdeu o movimento das pernas. Desde então, Eliete tentava levá-lo para a igreja e ajudava o filho nos afazeres diários.

Para os investigadores da Delegacia de Almirante Tamandaré ele alegou que, tanto no primeiro atentado quanto no segundo, ele não sabe porque foi baleado e acredita que foi confundido com outra pessoa. Um suspeito de ser o autor do primeiro atentado foi assassinado pouco tempo depois e a motivação continuou sendo um mistério.

Os policiais, entretanto, receberam denúncias de vizinhos de que Cristiano conhece os atiradores e não fala por medo de represálias, mesmo sabendo que, revelando ou não quem são os assassinos de sua mãe, ele corre o risco de continuar sendo perseguido.