Exame de DNA apresentado ontem pelo Instituto de Criminalística do Paraná comprova que o lavrador J.R., de 60 anos, estuprava as próprias filhas. O homem, morador da localidade de Estiva, em Bocaiúva do Sul, engravidou a mais velha das quatro meninas, hoje com 34 anos. A criança gerada pelo relacionamento, atualmente com 15 anos, é deficiente mental. Há fortes indícios de que ela também foi violentada pelo pai e avô.
J.R. foi denunciado pela mais nova das filhas, que hoje tem 17 anos. Ela procurou a delegacia local, no dia 17 de maio, e afirmou que o pai a estuprou sistematicamente, desde os 9 até os 13 anos de idade. Ele está preso na delegacia de Bocaiúva desde o dia 2 de junho, indiciado por estupro e atentado violento ao pudor.
Mulher
A mulher de J.R. é suspeita de ser conivente ou até co-autora dos crimes. À polícia, a filha mais nova do casal disse que gritava muito durante as relações, mas nunca era socorrida. Ao contar o fato à mãe, teria ouvido que estava louca. Porém, a mulher garante que não tinha conhecimento de que as filhas eram violentadas. Mas as vítimas afirmam que muitas vezes as relações aconteciam na presença da mãe, que dormia ao lado, na mesma cama.
Estimuladas pela coragem da irmã, as outras filhas do lavrador também revelaram à polícia que eram violentadas. As histórias são semelhantes: as primeiras conjunções ocorreram entre os 7 e 8 anos. Assim que as meninas chegavam aos 13 anos, o lavrador as “esquecia” e atacava a menina mais nova.
Quando foi preso, J.R. negou as acusações, mas no interrogatório oficial, ele aventou a possibilidade de ter cometido os estupros. “Ele negou, mas disse que, se fez algo, é porque estava possuído pelo demônio”, falou a delegada Delair Ribeiro Manfron, titular da DP de Bocaiúva.