Empresário confessa que assassinou comerciante

O empresário José Zamprogna, 64 anos, se apresentou na manhã de ontem na Delegacia de Homicídios, acompanhado de sua filha Roberta Zamprogna, 22, e de seu advogado, Rof Koerner Júnior. O empresário confessou ser o autor do assassinato do comerciante Reginaldo Store, 31, ocorrido às 18h15 de sexta-feira, no quilômetro 136, da BR-476 (antiga BR-116), na Vila São Pedro. A filha, que seria a “pivô” do crime, presenciou a morte e foi ouvida como testemunha. Os dois foram interrogados durante duas horas e meia pela polícia.

O delegado José de Deus Alves Pereira, responsável pelo caso, informou que José admitiu que disparou quatro vezes contra o comerciante. Ele contou à polícia que naquela noite sua filha foi para a escola, com o Fiesta, placa AKK-1152, e estava sendo seguida por um segurança, que ocupava um Monza. No caminho, foi abordada pelo ex-namorado e o segurança avisou a família.

Morte

Imediatamente, ele, acompanhado de mais dois seguranças – um deles policial militar -, seguiram para a rodovia, na Kombi do supermercado, placa AKT-4602. De acordo com Roberta, Reginaldo a teria “fechado” obrigando-a a parar. Depois desceu do carro e começou a esmurrar o vidro do veículo dela. Ela resolveu abrir parte da janela e ele enfiou metade do corpo para dentro do carro. Reginaldo insistia para que ela reatasse o namoro e para isto prometeu nunca mais agredi-la. Em seguida, já sentado no banco do passageiro, abriu a bolsa da moça, olhou os canhotos do talonário de cheques onde havia uma anotação de R$ 140,00 para uma loja de perfumes e perguntou se a ex-namorada estava comprando perfumes para outro homem. Depois pegou o celular e o cartão bancário dela e pediu a senha. Roberta se negou a dar, momento em que José chegou com os seguranças e o rapaz correu para a Kombi, de acordo com a versão da jovem.

José informou à polícia que a vítima estava com um objeto preto nas mãos, que seria o celular de Roberta, mas que o empresário pensou ser uma arma e desferiu quatro tiros contra ele. Na seqüência foi embora no carro da filha e os seguranças deixaram o local na Kombi.

Ameaças

O empresário e a jovem falaram também sobre as ameaças que vinham sofrendo por parte de Reginaldo. Roberta esclareceu que o motivo do fim do relacionamento foi que ela flagrou o namorado cheirando cocaína na casa dele e também devido as agressões que sofria. Inclusive já havia registrado várias queixas contra ele na Delegacia da Mulher.

O delegado José de Deus disse que nos próximos dias irá ouvir novas testemunhas do caso. “Muitos detalhes não condizem com o que apuramos no local e com os levantamentos que os peritos da Polícia Científica fizeram”, argumentou.

Testemunhas

Amigos e familiares da vítima também asseguraram que vão colaborar nas investigações, fornecendo mais detalhes do que aconteceu naquela noite. Testemunhas desmentem que a vítima tivesse entrado no carro da jovem e afirmam que o rapaz foi fechado pelos veículos usados pelos assassinos, arrancado de dentro de sua Kombi e assassinado pelas costas, sem chance de defesa.

Por enquanto o delegado não pensa em pedir a prisão preventiva do acusado, mas isso poderá ocorrer futuramente, caso venha a se provar que o crime foi premeditado.

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