Empresa de atacado vira alvo de marginais

Em menos de 15 dias a empresa de atacados Comercial Destro, localizada na BR-116, Vila Hauer, teve duas de suas cargas roubadas. O prejuízo foi estimado em torno de R$ 30 mil. Os responsáveis pela empresa acreditam que uma mesma quadrilha tenha realizado os assaltos. A Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas já foi comunicada e está dando início às investigações.

Na manhã de ontem, um caminhão carregado com alimentos e vestuário saiu da empresa, na BR-116, com destino à Rua Tenório Cavalcanti, no Uberaba, para fazer uma entrega. Após concluí-la, o caminhão foi interceptado por dois homens armados que renderam motorista e ajudante. O caminhão foi levado até a BR-277, onde outros dois assaltantes estavam à espera. Nesse local, os dois empregados foram colocados no baú do caminhão, juntamente com a mercadoria. Em seguida o veículo foi levado até uma estrada secundária e parou numa espécie de galpão onde toda a carga – avaliada em R$ 17 mil – foi descarregada.

A “viagem” prosseguiu e os reféns e o caminhão da empresa foram abandonados pelos assaltantes no Jardim Guarituba, em Piraquara. A queixa do assalto foi registrada na delegacia local e depois na especializada.

Outro

De acordo com o gerente da empresa, Luiz Valmir dos Santos, o outro roubo de cargas aconteceu de maneira semelhante. No último dia 9, um indivíduo armado rendeu o motorista e o ajudante de um caminhão, quando este estava parado na Avenida Victor Ferreira do Amaral, no Tarumã, esperando o semáforo abrir. Desta vez os empregados foram obrigados a entrar em um veículo e foram abandonados na Estrada da Ribeira. O caminhão foi localizado nas proximidades de Bocaiúva do Sul, sem a carga.

O delegado Agenor Salgado, titular da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, informou que a queixa já foi registrada e as investigações estão sendo feitas. Nos próximos dias o retrato falado dos assaltantes deve ser divulgado.

Cigarro é o que mais preocupa

Apesar de os assaltos a cargas de alimentos e vestuários terem sido realizados num pequeno período de tempo, a grande preocupação da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas é o roubo de carregamentos de cigarros. Desde o início do ano foram registrados em Curitiba 12 casos e nenhum deles foi solucionado. Isso se contrapõe ao desempenho que a delegacia vem conseguindo em roubos de outros tipos de cargas. De acordo com o delegado Agenor Salgado, o índice de recuperação de cargas está em torno de 50%. “Prendemos duas grandes quadrilhas nos últimos dois meses. Uma, inclusive, com 12 integrantes que agiam no Paraná e Santa Catarina, ligada ao roubo de produtos têxteis. A soma total de produtos recuperados beira os R$ 450 mil”, disse o policial.

Diante das estatísticas e preocupado com o possível avanço desse tipo de crime no Estado, o delegado já determinou como prioridade o combate ao roubo de cargas. A prioridade anterior, conforme o delegado, era desarticular e prender quadrilhas que aplicavam golpes de estelionato e lesavam a população. Nesse aspecto, a delegacia realizou um bom trabalho, conforme avaliou o delegado.

Cargas

Com a desativação do GORC, grupo especial para o combate de roubos de cargas, não há atualmente um setor voltado especificamente para esse tipo de investigação. Por isso Salgado teve que estipular prioridades para serem cumpridas dentro da delegacia. “Vamos colocar equipes que trabalhavam em cima de crimes de estelionato para investigar os roubos de cargas. Espero num curto prazo dar uma resposta à sociedade”, explicou.

Salgado disse que vem mantendo contato com as empresas que realizam o transporte de cigarros em Curitiba e Região Metropolitana para que seja adotado um plano de segurança. “Algumas medidas de prevenção já foram discutidas”, complementou.

Assaltos

Pelas investigações realizadas, duas quadrilhas – que estão parcialmente identificadas pela polícia – são responsáveis por grande parte dos assaltos a cargas de cigarros. A carga roubada não permanece em Curitiba para ser comercializada. “O roubo acontece aqui mas o mercado consumidor é o interior do Paraná”, informou o policial.

Em contrapartida, Curitiba é um dos locais preferidos dos quadrilheiros para a comercialização de pneus, provenientes de roubos. De acordo com a polícia, a capital paranaense faz parte da rota de quadrilhas que agem em diversos centros como São Paulo, Santa Catarina e nas cidades paranaenses de Foz do Iguaçu e Paranaguá.

Abandono

Outra característica dessas quadrilhas de roubo de cargas é que apenas as mercadorias as interessam. O caminhão da empresa sempre é abandonado, juntamente com os funcionários.

Esse modo de agir pôde ser constatado nas ações cometidas pelas quadrilhas em Curitiba. No último dia 16, dois indivíduos armados com revólveres renderam motorista e ajudante do Fiat furgão Iveco, branco, placa DAP-8895, na Avenida Iguaçu. Os funcionários da empresa foram obrigados a acompanhar os ladrões até a Rodovia BR-277, proximidades de Campo Largo. Numa via secundária, eles foram abandonados juntamente com o veículo. A carga – estimada em R$ 38 mi – foi transferida para um outro caminhão que desapareceu. No mesmo dia, outro assalto a carga de cigarros aconteceu e os assaltantes agiram de modo semelhante.

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