Delegados voltam para a cadeia

Acusados de envolvimento numa rede de pedofilia e extorsão, os delegados Eduardo Marcelo Castela e Moisés Américo de Souza Neto retornaram, na segunda-feira, para o xadrez. Eles estão recolhidos no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). O caso veio à tona em maio deste ano, após o delegado Edson Costa (que está foragido), ser acusado de cobrar propina de um empresário, no dia 28 de abril deste ano. Em maio, várias pessoas foram presas, entre elas diversos policiais civis lotados no 4.º DP (São Lourenço), 7.º DP (Vila Hauer) e 12.º DP (Santa Felicidade).

Castela e Móises estavam entre os presos, porém foram colocados em liberdade por força de uma liminar expedida pelo Tribunal de Justiça. Mas, na quinta-feira da semana passada, a 4.ª Câmara Criminal julgou o mérito do habeas corpus e decidiu que os dois delegados deveriam retornar para o xadrez.

Denúncia

Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público em 26 de junho, Luciana Polera Correia Cardoso, 21 anos, mantinha uma agência de acompanhantes e um cliente, que não foi identificado nas investigações, solicitou uma adolescente para um programa sexual. Luciana comentou o pedido com uma mulher, que teria sugerido a idéia de envolver policiais num ?esquema? para extorquir pedófilos.

O esquema teria sido colocado em prática no início do ano passado, por Luciana, seu tio Lincoln Lima dos Santos, 43 – que foi policial militar -, a secretária de Luciana, Bruna Fernanda dos Santos, 20; e policiais lotados no 7.º Distrito Policial (Vila Hauer). Depois se estendeu para o 12.º DP (Santa Felicidade) e 4.º DP (São Lourenço). Em abril deste ano, o esquema foi descoberto após os policiais tentarem extorquir um empresário, que se negou a pagar o valor pedido e denunciou os policiais do 4.º DP, entre eles o delegado Edson Costa. A maioria dos acusados são policiais e continuam presos. Somente outros dois delegados e duas escrivãs foram soltos sob força de habeas corpus.

Policial vai se apresentar aproveitando lei eleitoral

Deve se apresentar hoje, na 9.ª Vara Criminal, segundo comentários nos meios policiais, o delegado Edson Costa, acusado de envolvimento numa rede de pedofilia associada a extorsões. Ele está com mandado de prisão decretado e foragido desde junho deste ano. Como hoje começa o período estabelecido pela lei eleitoral, que determina que ninguém pode ser preso cinco dias antes e dois dias depois das eleições, Costa deverá dar sua versão dos fatos à Justiça, já que só foi interrogado na fase do inquérito policial, realizado pela Corregedoria da Polícia Civil.

A brecha eleitoral não deverá favorecer somente Costa, mas todas as pessoas que tiveram contra si mandados de prisões preventivos ou temporários. Isto porque o Código Eleitoral prevê algumas garantias ao eleitor, sendo permitida a prisão em apenas três casos. Um deles é a prisão em flagrante; outro é quando o eleitor tiver sido condenado por crime inafiançável; e a terceira é por desrespeito a salvo-conduto. O último caso ocorre quando o eleitor é ameaçado pelo fato de ter votado ou deixar de votar.

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