Briga de família é resolvida à bala

Briga de família acabou em tragédia na tarde de ontem, em frente a uma loja de máquinas, na Rua Anne Frank, próximo ao Pólo das Malhas, no Carmo.

Os primos Serval de Andrade, 42 anos, e Ademir dos Santos Fortes, 37, entraram em luta corporal e, em seguida, cada um sacou uma arma.

Serval foi ferido com um tiro no pescoço e morreu em seguida. Ademir fugiu na caminhonete S10 vermelha placa AKS-1438. A pistola de Serval ficou caída perto do corpo.

Ademir é proprietário da loja de máquinas de costura há mais de 12 anos e seu primo também tinha comércio, do mesmo ramo, em Pinhais, onde morava com a família. Segundo conhecidos, antigamente Serval era cliente do primo e visitava o estabelecimento com frequência. Depois que eles discutiram, ele não mais apareceu.

Segundo Azemiro Forte, irmão de Ademir, e que trabalha na loja do irmão, os primos haviam se desentendido há algum tempo, quando Ademir se envolveu em confusão com outra pessoa e Serval comprou a briga. ?Era uma besteira, que nem deveriam ter levado adiante, mas o Serval queria a todo custo resolver a confusão?, contou Azemiro.

Quando chegou na loja, Serval estava com uma moto Titan placa ALX-6285, de capacete e com outro no braço. Na cinta, levava uma pistola calibre 380. ?Só vi quando os dois estavam lutando e, logo depois, ouvi os tiros?, completou o irmão do assassino.

Violência

O major Ademar, comandante do 20.º Batalhão de Polícia Militar, acompanhou os primeiros levantamentos até a chegada dos investigadores da Delegacia de Homicídios (DH).

?Pelo que as testemunhas nos contaram, foi uma cena de ?Velho Oeste?, cada um sacou a sua arma e duelaram?, comparou. Segundo ele, esse tipo de crime, não há como prevenir. ?Enquanto estamos comprometidos em combater o tráfico de drogas e diminuir a violência, somos surpreendidos com um crime entre parentes, em uma rua movimentada e que envolve pessoas sem relação com a criminalidade?, declarou o major.

O investigador Pimentel, da DH, disse que vai levantar a ficha tanto da vítima quanto do autor e tentar descobrir se existem outros motivos além da briga de família. ?Ademir deve se apresentar nos próximos dias?, completou.

Empresário conta sua versão

Valéria Biembengut

O empresário Ademir dos Santos Fortes falou, com exclusividade ao Paraná-Online, por telefone, e explicou como assassinou seu primo Serval de Andrade na tarde de ontem, em frente a sua loja de máquinas, no Carmo.

?Estava trabalhando quando ele parou a motocicleta e desceu. Eu já suspeitei que ele iria me matar. Ele passou por dois funcionários, puxou a pistola e atirou. Dois disparos acertaram a parede. Abri a gaveta do caixa, peguei o revólver calibre 38, que estava no caixa e atirei?, relatou o empresário.

Ele acredita que puxou o gatilho três vezes. ?Acho que acertei Serval, porque eu estava perto, mas nem olhei. Acho que derrubei o revólver quando entrei na caminhonete. Só queria sair dali?, lembrou. ?Eu tinha esse revólver há 18 anos. Deixava na loja para me defender de assaltos. Nunca pensei que iria usar a arma desta forma?, lamentou.

Motivo

Ademir não soube explicar o motivo do crime. ?Sempre nos demos bem. Há uns cinco meses, ele começou a ficar estranho comigo. Acho que aconteceu algo que não gostou, mas não sei exatamente o que foi?, salientou o empresário. Segundo ele, Serval já trabalhou em sua loja e chegou a morar em sua casa.

?Muitas pessoas me avisaram para tomar cuidado com Serval. Mas, nunca esperei que ele fosse armado até a minha loja, tentar me matar?, disse. O empresário avisou que, nos próximos dias, irá se apresentar na delegacia junto com seu advogado Décio Vanderlei. ?Será logo, porque tenho que trabalhar. Não vou fugir?, prometeu.

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