Assassino de irmãos é preso e confessa o crime

Antônio Marcos de Castro, 18 anos, é o autor confesso do brutal assassinato dos irmãos Silvio Leciuk, 36 anos, e Tatiana Leciuk, 21, ocorrido no último dia 16 de setembro dentro de um apartamento de classe média no bairro Bigorrilho, em Curitiba. O rapaz foi preso e apresentado na manhã de ontem na Delegacia de Homicídios pelo delegado Agenor Salgado.

Em declaração à imprensa, Antônio disse que matou o professor de Biologia durante uma discussão e que Tatiana foi morta para não reconhecê-lo. O pedido de prisão preventiva do rapaz já foi solicitada e deve sair amanhã. A qualificação do homicídio será determinada pelo Ministério Público.

Crime

De acordo com o delegado, Silvio e Antônio começaram a ter um relacionamento amoroso há cerca de seis meses, após se encontrarem em Guaratuba. Naquela época, a vítima havia acabado um namoro e encontrou o rapaz que já havia sido seu aluno em 1996.

Na noite do crime, os dois saíram e foram se divertir em uma danceteria da capital. Em seguida, se dirigiram ao apartamento da vítima, na Rua Padre Anchieta. Quando estavam no quarto da vítima, os dois tiveram um desentendimento e Antônio desferiu cinco facadas no professor, que morreu no local. Nesse instante, a irmã da vítima acordou e também recebeu uma facada mortal no peito.

Segundo o assassino, a briga ocorreu porque Silvio queria manter relações sexuais e ele teria recusado. “Durante a nossa briga, ele (Silvio) puxou uma faca que estava no quarto e partiu para cima de mim. Eu tomei a faca dele e o matei. Não sabia que a menina estava dormindo no apartamento. Ela levantou e quando a vi, aconteceu”, relatou o rapaz. Tatiane foi morta porque poderia reconhecê-lo e seria uma testemunha ocular do assassinato. A arma do crime foi achada pela polícia dentro do vaso sanitário do apartamento.

Não convence

A versão apresentada por Antônio não convenceu a polícia. “Os dois tinham um relacionamento e a desculpa da recusa de sexo não convence”, comentou o delegado Salgado. Ele explicou que Antônio já manteve relacionamento com outros homossexuais e que era um garoto de programa. Mas com a vítima mantinha um relacionamento mais “estável”.

O detido nega que seja garoto de programa. Ele disse que trabalha em uma lanchonete. Afirmou também que não tinha relacionamento amoroso com o professor e que eram apenas amigos. “Ele tem direito de negar. Mas havia evidências no apartamento. Os dois estariam deitados na cama do quarto no momento do desentendimento. Testemunhas confirmaram que eles estavam saindo juntos e se relacionando”, contrapôs Salgado. De acordo com a polícia, o porteiro do prédio da vítima garantiu que o rapaz era freqüentador assíduo do apartamento.

Prisão

Após ouvir depoimentos, o delegado Wilson Jacob, responsável pelo inquérito, já começava a suspeitar que o autor do crime era o caso atual da vítima. Na sexta-feira, após interrogar a irmã do acusado, que durante o interrogatório caiu em contradição, foi confirmada a idéia e solicitada a prisão temporária do rapaz.

Antônio estava se escondendo em Curitibanos (SC) na casa de parentes. Após tomar conhecimento que sua prisão foi solicitada, resolveu voltar para Curitiba para preparar a sua apresentação. Ao chegar na capital paranaense, foi surpreendido pelos investigadores Clóvis, Juliana e Figueiredo, que o encaminharam à Delegacia de Homicídios. Ele foi apresentado em companhia de sua advogada. Durante a entrevista, Antônio deu declarações muito vagas sobre o assassinato.

Sobre a fuga de Antônio do local do crime utilizando o carro da vítima, o delegado informou que isso pode ser um agravante no caso. Entretanto, isso vai depender da interpretação do Ministério Público. “Cabe ao MP qualificar o crime”, ponderou Salgado. Após cometer o duplo homicídio, Antônio pegou o carro da vítima, um Monza, para a fuga. O carro foi abandonado em um posto de gasolina nas proximidades do prédio de Silvio, na Rua Jerônimo Durski. Segundo o delegado, o carro foi abandonado apenas porque um sistema mecânico de proteção contra roubo cortou a passagem de combustível.

Confusão

Um pequeno grupo de amigos das vítimas esteve presente na Delegacia de Homicídios durante a apresentação de Antônio. Na saída do rapaz da sala do delegado Jacob, após ser interrogado, uma pequena confusão foi formada pelos presentes que, emocionados e inconformados, se exaltaram e agrediram verbalmente o detido, que teve que ser escoltado pelos policiais da DH para não apanhar.

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