Vasp vota amanhã plano para voltar a voar

Sem voar desde janeiro de 2005, a Vasp está no centro de uma disputa bilionária. Um estudo que acaba de ser concluído calcula em R$ 6,48 bilhões o patrimônio da empresa, entre prédios, aviões e ações que correm na Justiça e que podem ter decisão favorável à empresa

Amanhã de manhã, credores da companhia vão se reunir em assembléia para votar um plano de recuperação judicial. Da assembléia, pode sair uma decisão sobre o destino para os recursos e, eventualmente, um reforço na tentativa de fazer a Vasp voltar a voar

O plano de recuperação judicial prevê a separação da empresa em duas: uma parte operacional e outra para administrar os ativos e as dívidas da companhia

A parte que ficará com os ativos e dívidas terá nove Fundos de Investimentos e Participações (FIPs). Os credores poderão trocar dívidas por cotas dos fundos, que terão ativos, incluindo de imóveis a eventuais créditos obtidos na Justiça

Por exigência dos credores, a Vasp contratou um escritório de auditoria especializado em perícias judiciais, Jharbas Barsanti, para elaborar um estudo detalhado sobre a situação patrimonial

O estudo dá conta de um patrimônio de R$ 6,48 bilhões. No entanto, do total de ativos, apenas R$ 1,8 bilhão é tangível – móveis, aviões, turbinas, máquinas, veículos, entre outros. O resto é decorrente de ações judiciais, algumas com decisões favoráveis, outras ainda não

O tamanho da dívida da empresa ainda é motivo de grande discussão. Enquanto a Vasp reconhece que deve R$ 3 bilhões, pela conta dos credores o rombo chega a R$ 5 bilhões

"O patrimônio líquido é positivo e a companhia tem ativos suficientes para saldar suas dívidas", afirma Medeiros. "É uma situação econômica melhor do que a da Varig, que além de tudo perde dinheiro a cada dia.

Os mais de 3 mil credores trabalhistas, que brigam por R$ 900 milhões, devem votar a favor do plano de recuperação judicial. "Fizemos algumas sugestões de modificação ao plano, mas não acredito que os trabalhadores votarão contra", afirma o aeronauta Marco Reina, representante dos trabalhadores no comitê de credores

"Estamos confiantes que vamos aprovar o plano", completa o diretor presidente interventor da Vasp, Raul de Medeiros. Pela lei de recuperação judicial, a não aprovação do plano significa a falência da companhia.

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