Agregar valor à produção florestal nas pequenas propriedades rurais, demonstrando que a atividade florestal pode ser muito rentável para pequenos produtores. Este é o objetivo de um projeto coordenado pela Embrapa Florestas, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que vem utilizando serrarias portáteis em florestas, como uma excelente alternativa para agregar valor à madeira na propriedade.
Além de benefícios econômicos, os sistemas de produção baseados em serrarias portáteis são mais vantajosos do ponto de vista ambiental, pois há uma diminuição no tráfego de caminhões e máquinas pesadas na área da floresta e em estradas e também há uma descentralização de resíduos.
Programas ligando o uso de serrarias portáteis em áreas de agricultura familiar, plantio de florestas de rápido crescimento, captura de carbono e produção de produtos de madeira constituem uma boa alternativa para a promoção de desenvolvimento rural, podendo ser financiadas por doadores internacionais.
Ao mesmo tempo, o projeto procura agregar valor ambiental, ao atender a legislação configurada principalmente em Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL).
Apesar da atividade florestal em pequena escala e serrarias portáteis serem bastantes populares na Europa e Estados Unidos, o mesmo não ocorre no Brasil devido a uma forte crença que a atividade florestal está reservada às grandes empresas e que serrarias portáteis não são eficientes ou lucrativas.
Para tentar reverter esse quadro e incentivar o uso delas em programas de manejo florestal comunitários, a Embrapa Florestas (em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba), operando uma serraria portátil em pequenas propriedades, demonstrou que o equipamento é viável dentro das condições brasileiras e que pode contribuir substancialmente para inserir o pequeno produtor na cadeia produtiva florestal, agregando valor econômico e ambiental à sua propriedade, contribuindo para geração de empregos e aumento de renda.
O projeto prevê, dentro de uma perspectiva de desenvolvimento rural sustentável, a integração e interação dos componentes pecuário, agrícola e florestal, de maneira que tais componentes possam contemplar as questões pertinentes à mitigação de seus impactos ambientais, permitindo a máxima biodiversidade, o uso conservacionista do solo, a produção e conservação da água.
No Paraná, a sustentabilidade da produção de animais de grande porte, presente em 93% das propriedades rurais, está ameaçada pela característica intrínseca aos sistemas de produção que são baseados num reduzido número de forrageiras, em monocultivos que trazem em si a degradação. A integração de pastagens com árvores, solução apontada no projeto, pode contribuir para evitar a degradação das pastagens devido ao potencial para controlar erosões que algumas espécies arbóreas possuem, além de contribuir para a manutenção da fertilidade do solo, produção de água, seqüestro de carbono e melhoria de microclima.
Atualmente, o projeto conta com 40 unidades de referência tecnológica (URT?s) implantadas em várias propriedades no Estado do Paraná, que serão utilizadas pela extensão rural para a difusão tecnológica e realimentação de pesquisas do próprio projeto.
Este projeto é realizado em parceria com a Embrapa Soja, Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Instituto Ambiental do Paraná (IAP), e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep).