“The Economist” ressalta participação de Lula em fóruns

Talvez nenhum outro líder no mundo pudesse ter conseguido o feito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi saudado com entusiasmo tanto no 3.º Fórum Social Mundial (FSM), em Porto Alegre, quanto no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, afirma a edição desta semana da revista britânica The Economist.  “Um mês depois de sua posse, Lula não desestimula a idéia de que seu Brasil dará ao mundo um novo paradigma”, afirma o artigo na edição online da revista.

Ironicamente, se quiser continuar agradando tanto aos “progressistas” de Porto Alegre quanto aos executivos de Davos, Lula terá de trabalhar criativamente com o paradigma estabelecido, em vez de criar um novo, diz The Economist, citando duas razões para a avaliação: o caráter conciliador dele e a aparente disposição de atingir fins progressistas com meios que Davos aprova.

Contudo, segundo a revista, algumas das características do novo paradigma de Lula ganham definição. “Em prefeituras, o Partido dos Trabalhadores tem sido pioneiro em levar cidadãos comuns para a política por meio do Orçamento Participativo. O plano é levar o princípio ao nível federal, por meio de um novo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.”

Segundo a revista, isto ajudará a formar um consenso na “sociedade civil” e na indústria sobre as reformas.  Segundo a revista, os obstáculos ao sucesso de Lula podem vir menos de Davos do que das pressões do próprio campo dele.

“De um lado, ele aceitou o apoio de retrógrados barões da política cujo problema com o neoliberalismo é que isto significa um Estado menor para pilhar. De outro, seus críticos públicos mais destacados estão na esquerda de seu próprio partido, preparando-se para a oposição ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e às reformas da Previdência e trabalhista que Lula aceitou como essenciais para gerar crescimento e recursos necessários para combater a pobreza”, afirma a revista.

Voltar ao topo