Serra não cita Alckmin em horário eleitoral

O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, continuou nesta quarta-feira (23) sem citar o candidato do partido à Presidência da República, Geraldo Alckmin, em seu programa no horário eleitoral gratuito na TV. Em contrapartida, seu adversário do PT, Aloizio Mercadante, pegou carona nos programas do governo federal e utilizou um depoimento do presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva, pedindo votos para o petista. "Muita gente aqui em São Paulo me apóia, mas ainda não vota para o Mercadante", cobrou Lula.

Serra apresentou rapidamente um resumo de sua vida pública e utilizou seu programa para apresentar suas propostas na área de educação, afirmando que "não existe uma prioridade mais importante do que investir no futuro, que são as crianças de São Paulo". Ele repetiu que o governo anterior, do PSDB, deu "passos importantes, mas nós temos que avançar muito mais", e relatou as realizações na área do governo do PSDB e as medidas que tomou durante o período em que foi prefeito da capital.

O tucano prometeu colocar duas professoras em cada sala da primeira série para dar um reforço na alfabetização, implantar o reforço escolar e a avaliação contínua, "para que as crianças passem de ano sabendo", ponto constantemente criticado por Mercadante.

O tucano apresentou um programa sem ataques, mas, ao final, alertou, mais uma vez, que seria criticado por seu adversário. "Ele (Serra)está usando o espaço dele aqui na televisão para mostrar o que ele vai fazer para melhorar São Paulo. É por isso que tem adversário que continua atacando", disse o apresentador. Apesar de não ter citado nomes, ficou evidente, pela seqüência do horário eleitoral, que se tratava de uma referência a Mercadante, o candidato que se apresentou em seguida.

O programa de Mercadante começou com uma apresentadora afirmando que iria relatar a verdade sobre a saúde em São Paulo, principal ponto defendido por Serra, que foi ministro de Saúde. São utilizadas cenas do programa eleitoral da campanha do tucano à Prefeitura de São Paulo, para a apresentadora questionar depois se ele "cumpriu sua palavra". Em seguida, aparece o depoimento de uma jovem de 19 anos, grávida, que reclama não ter retorno médico para saber os resultados de seus exames e as vitaminas necessárias.

Mercadante prometeu que, se for eleito, haverá mais rapidez nas consultas e exames, a informatização do sistema de saúde no Estado, além da solução da crise financeira das Santas Casas, que seriam vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). O programa do petista ainda mostrou cenas de comícios de sua campanha: "É Mercadante e Lula nos braços do povo, nos corações dos nordestinos e na força dos migrantes", numa referência à polêmica em que se envolveu o candidato Serra depois de vincular a qualidade do ensino em São Paulo ao número de imigrantes no Estado. O petista vem batendo na tecla de que seria uma declaração preconceituosa do tucano.

Já o programa de Orestes Quércia (PMDB) continuou abordando a situação da segurança pública e na administração do PSDB no Estado. "A fraqueza dos últimos governos deixou o crime organizado dominar as cadeias", disse a apresentadora, para em seguida mostrar depoimentos de pessoas afirmando sentir medo. Quércia apresentou-se como um governador experiente, com êxito na gestão da segurança. "Vou restabelecer a autoridade perdida pelo governo", assegurou o candidato.

Quércia prometeu recriar a Secretaria da Criança e do Adolescente, equipar e valorizar a polícia, separar os líderes do crime organizado dos presos comuns nas cadeias e implantar um programa de trabalho nas prisões.

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