Estão sendo distribuídos por toda Santa Catarina 5 mil cartazes que dizem "Cana faz bem a saúde", para reativar o consumo de caldo de cana, proibido devido ao surto de doença de Chagas aguda. Também foram confeccionados 45 mil cartazes que solicitam a ajuda da população ("Você é o melhor vigilante da sua saúde") e 500 mil panfletos com as mesmas mensagens. A doença matou três pessoas.
Com o surto sob controle, embora os exames continuem sendo feitos, assim como o acompanhamento clínico dos pacientes infectados, as Vigilâncias Sanitárias municipais catarinenses estão trabalhando na fiscalização de todos os pontos-de-venda de caldo de cana para verificar se estão adequados às novas normas de comercialização do produto, que se estendem a outros sucos naturais e vitaminas.
Em Joinville, maior cidade de Santa Catarina, apenas 5 dos 36 pontos fixos de venda cadastrados continuam interditados. "O fato importante é que conseguimos reunir a maioria dos comerciantes para explicar as novas normas. Muitos entenderam que a interdição foi necessária, pois era um caso de ameaça à saúde pública, mas alguns ficaram revoltados com os prejuízos que tiveram", disse hoje o coordenador da Vigilância Sanitária de Joinville, Ítalo Tomaselli.
No município foi feito um mutirão para inspecionar todos os pontos-de-venda para que pudessem ser liberados. Pelo telefone 0800 645-0156 ("Alô, Prefeitura") a população pode comunicar à ouvidoria municipal problemas relativos ao comércio do produto.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já colocou na internet (www.anvisa.gov.br) a consulta pública sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Higiênico-Sanitários para Comercialização de Alimentos e Bebidas Preparados à Base de Vegetais, que inclui caldo de cana, sucos de frutas e vitaminas preparados e comercializados em serviços de alimentação, quiosques, barracas, ambulantes e similares.
Entre as medidas, que devem ser adotadas em todo o País, há um cuidado especial no que diz respeito à proteção das matérias-primas contra vetores e pragas ou seus vestígios. Essa falta de cuidado teria sido a causa da transmissão da doença de Chagas em Santa Catarina, em fevereiro.