São Caetano se recupera vencendo o Santos, na Vila Belmiro

Santos (AE) – Dizem que o jogador fica alterado psicologicamente quando tem uma proposta. Mas hoje (07) ficou provado que técnico também sente. Bastaram surgir os comentários de que o Porto estaria interessado nele para Vanderlei Luxemburgo se alterar. Pior para o Santos. O nervosismo do treinador passou para o líder do Brasileiro e o time foi derrotado pelo São Caetano por 1 a 0, em plena Vila Belmiro, e perderá a liderança se o São Paulo conseguir pelo menos um ponto contra o Flamengo, neste domingo, em Volta Redonda. O Santos sofreu o gol de Fabrício Carvalho aos 59 segundos e não teve paz de espírito para reagir.

Péricles Chamusca, técnico do São Caetano, desde o início da partida fez o seu papel de ‘vilão”. Não só tratou de espalhar seu jogadores para travar o time de Luxemburgo na intermediária como se atreveu a ir bem além.

“Nós teremos atitude, o que estava nos faltando nas últimas partidas. Vamos surpreender o Santos no início da partida”, prometia Marcelo Chamusca, irmão e auxiliar de Péricles.

E a promessa foi cumprida logo aos 59 segundos. Enquanto os jogadores santistas se preparavam psicologicamente para começar a prometida pressão, Éder deu um lançamento excelente a Triguinho. O lateral desceu às costas de Paulo César e cruzou para Fabrício Carvalho empurrar com o pé direito para as redes. A defesa, tão cobrada por Luxemburgo, voltou a falhar.

Silêncio e raiva na Vila Belmiro. Os santistas sentiram na pele que a missão seria muito mais difícil do que imaginavam. O São Caetano mantinha apenas Fabrício Carvalho na frente e os demais deveriam fechar a intermediária. Chamusca tratou de marcar Elano e Ricardinho individualmente com Marcelo Mattos e Ânderson Lima.

Pior para Robinho e Deivid. Pressionando, o Santos até que conseguia criar algumas oportunidades. Mas, graças à fortíssima marcação nos articuladores, a bola não chegava como deveria aos atacantes. Paulo César e Léo tinham outro tipo de marcação – eram travados por setor.

Cruel, Chamusca deixava apenas Bóvio e Fabinho livre. Tudo isso, mais a pressão dos torcedores, deixou o time transtornado, tenso. E, principalmente, improdutivo.

Depois de perder 45 minutos, Luxemburgo tratou de fazer sua obrigação. Tirou Bóvio e colocou Basílio. E dá-lhe correria. Aos 11 minutos, o árbitro Edílson Pereira de Carvalho e o bandeira Valter José dos Reis anularam gol legal do Santos. Basílio desviou de cabeça e Deivid completou para as redes.

“Dei impedimento, dei impedimento”, explicava, medroso o bandeira a um histérico Luxemburgo. O técnico se mostrava psicologicamente afetado. Tanto que parou de acompanhar o jogo para discutir, dando as costas para o gramado, com um torcedor que o xingava. Só ameaçava sossegar quando seguranças do Santos afastaram esse torcedor.

Mas aí passou a discutir com Edílson Pereira de Carvalho. Procurava os repórteres dizendo que o árbitro o estava ameaçando, xingando. Só que os repórteres ao seu lado não ouviam nem ameaça, nem palavrão. Luxemburgo estava transtornado.

Enquanto isso, seus jogadores se viravam sozinhos. Sem estratégia, usando o coração, Deivid e Léo obrigaram Silvio Luiz a fazer ótimas defesas. Com a ajuda dos nervos de Luxemburgo, o São Caetano venceu.

Quarta-feira, na última rodada do primeiro turno, o Santos jogará fora de casa contra o Vasco. O São Caetano receberá o Atlético-MG, quinta-feira.

Voltar ao topo