Requião se diz contra unificação das polícias

O governador Roberto Requião afirmou ontem, durante a posse de 14 novos delegados, na Academia da Polícia Militar do Guatupê, em Curitiba, que é radicalmente contra a fusão das polícias Civil e Militar. Ao invés da unificação, Requião acredita que “o melhor caminho é promover e investir na integração dos trabalhos das duas corporações e aproximá-las do Ministério Público e da Justiça paranaenses.”

“Temos polícia especializada, a judiciária e o policiamento ostensivo da Polícia Militar, que devem permanecer no exercício de suas funções”, disse o governador. “Mas isso não exclui a absoluta necessidade da integração dos órgãos de segurança do Estado e da parceria definitiva com o Ministério Público e o Judiciário”, garantiu.

O delegado-geral da Polícia Civil, Adauto Abreu de Oliveira, também considera a integração entre as polícias Civil e Militar como solução para a segurança pública do Paraná. “Essa é a solução para a quase totalidade dos problemas da segurança pública do Estado. Unir as duas polícias, sem confrontos, sem crises, somada à assistência do Ministério Público é fundamental para dar solução aos problemas do setor”, assegurou.

Ao dar as boas vindas aos 14 novos delegados, Oliveira disse que, na condição de delegado-geral, terá a chance de trabalhar com “gente nova”, que quer mudar o perfil da instituição. Ele disse também que, “ao assumir a Secretaria de Estado da Segurança Pública, o governador Roberto Requião demonstrou coragem ao abraçar a pasta mais difícil da administração pública.”

Estado paralelo

O desembargador Otto Luiz Sponholz, presidente do Tribunal de Justiça, disse que acredita na força do trabalho dos jovens idealistas. “Acredito que é possível, sim, combater o estado paralelo, do braço armado da delinqüência. Na simbologia do ato, vemos também a unidade de propósitos entre aqueles que têm o dever e a missão de estabelecer a ordem. Com unidade de ação, unidade de propósitos, é possível construir, no Paraná, um modelo de segurança”, observou.

Os novos policiais deverão assumir delegacias do interior, onde a falta de policiais é maior, tão logo concluam curso específico para o cargo, na Escola Superior da Polícia Civil, cuja carga horária é de 750 horas/aula. De acordo com a diretora da Escola, Charis Tonhozi, a grade curricular prevê disciplinas que vão desde condicionamento físico até noções de administração de delegacias. De acordo ainda com Adauto, os cursos deverão ser iniciados e concluídos no menor espaço de tempo possível.

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