Armamento

Clubes de tiro e colecionadores de armas recebem homenagem na Câmara de Curitiba

Vereador Rodrigo Reis homenageia colecionadores de armas, atiradores desportivos e caçadores. (Fotos: Rodrigo Fonseca/CMC)

Nesta quinta-feira (11), a Câmara Municipal de Curitiba foi palco de uma solenidade para homenagear colecionadores de armas, atiradores desportivos e caçadores (CACs). A iniciativa do evento foi do vereador Rodrigo Braga Reis (PL).

Compuseram a mesa: Marcos José Olsen, ex-atirador desportivo, com participação nos Jogos Olímpicos de Verão de 1972, 1976, 1980 e 1984; Otto Carlos Pohl, presidente da Confederação de Tiro e Caça do Brasil; Cesar Mello, presidente do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná e suplente de deputado estadual; Adriano Silva Piecarz, do Movimento Proarmas; Valter Stadnik, representando Giovanni Roncalli, da Confederação Brasileira de Tiro Tático; Amauri de Jesus Pereira, tenente do Exército e proprietário da Sportscenter Escola de Segurança; Juliane Costa, representando os instrutores de tiro que atuam em Curitiba e Região Metropolitana. Também estava presente a ex-vereadora Julieta Reis.

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Regulamentação municipal para os clubes de tiro

O vereador Rodrigo Braga Reis disse que todos os homenageados foram escolhidos com critério. Ele lembrou que em 2018 foi candidato a senador do Paraná sob a legenda do então candidato a presidente Bolsonaro. “Eu não tenho medo de falar o que penso. O que vemos hoje é um problema referente a um decreto do presidente Lula que pretende acabar com os clubes de tiro (decreto federal nº 11.615/2023). Devemos nos manifestar”. De acordo com Reis, é necessário que os deputados federais ligados à direita e que representam a maioria na Câmara dos Deputados defendam os clubes de tiro. 

Rodrigo Reis lembrou que, de acordo com o general Hamilton Mourão, atual senador e que foi adido militar na embaixada do Brasil na Venezuela, uma das primeiras atitudes de Hugo Chávez como presidente daquele país foi a de limitar o uso de armamento pelas pessoas físicas. “Você tira o armamento da população e deixa somente o Estado com as armas. Consequentemente, o Estado pode fazer o que bem entender”, disse o vereador. Ele citou a questão da regulação da mídia e do bloqueio nas redes sociais de pessoas que defendem os interesses dos CACs. “A ideia desse evento”, disse Reis, “além de homenagear os senhores, é também pressionar o Congresso para acabar com o decreto proposto pelo presidente Lula”.

O vereador entende que a regulamentação dos clubes de tiro seria competência dos municípios. “É uma questão urbanística. Não tem relação com o Governo Federal propor um decreto proibindo clube de tiro perto de escolas, por exemplo”, disse o parlamentar, que ressaltou que a presença desses clubes nas proximidades de escolas seria uma forma de defender as crianças em casos de ataques promovidos por pessoas desequilibradas. “Quem frequenta clube de tiro é gente do bem, que aprecia o esporte. A gente está vivendo um momento louco em que a minoria quer mandar na maioria e nós temos a maioria para derrubar o decreto do presidente Lula”.

Decreto federal contraria Constituição”

Cesar Mello, presidente do Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Paraná (Ipem-PR), destacou a atuação de alguns dos homenageados, como Adilson Sabbagh, do SK Clube de Tiro. No entendimento de Mello, a mídia teria conseguido associar as armas à violência e isso influenciou a opinião das mulheres, que passaram a se posicionar contrárias ao uso das armas de fogo por cidadãos comuns. “Sempre tive o apoio de minha esposa, que se tornou também uma praticante do tiro”, disse o presidente do Ipem-PR. Ele frisou que o decreto federal que limitou a atuação dos clubes de tiro seria contrário ao que prescreve o artigo 217 da Constituição Federal, segundo o qual o Estado não pode interferir na autonomia das entidades desportivas.

Marcos José Olsen, atirador esportivo que representou o Brasil em quatro edições dos Jogos Olímpicos de Verão, contou que iniciou no tiro aos 11 anos de idade e que continua a prática hoje, aos 86. “Participei de muitas competições e visitei vários países com estruturas de tiro muito organizadas”, disse Olsen ,que também foi presidente da Confederação Brasileira de Caça e Tiro e presidente do Clube Paranaense de Tiro. “Criei o Clube Olsen de Tiro, voltado às armas curtas, e participo da Federação Internacional de Modalidades não Olímpicas de Tiro”. Ele comentou que acompanha jovens que se iniciam na prática de tiro e entende que essa experiência seria positiva, pois, de acordo com ele, trata-se de uma disciplina esportiva que lhes seria útil pelo resto de suas vidas.

Estatuto do Desarmamento fragilizou clubes de tiro

Adriano Piecarz, do Movimento Proarmas, entende que a solenidade em homenagem aos CACs é importante por pautar o tema: “Esse evento é importante, porque coloca nosso movimento em evidência num momento crítico”. De acordo com ele, apesar do histórico de restrições ao tiro, o acesso às armas e à prática esportiva do tiro teve uma flexibilização no governo Jair Bolsonaro.

“Hoje, o movimento está ameaçado por um sentimento de vingança do governo atual. Algum de vocês achou que o [atual] governo não ia fazer isso? Foi anunciado na campanha eleitoral que eles fechariam os clubes de tiro e os transformariam em clubes de leitura. Como eles não cumprem aquilo que prometem, vão só fechar os clubes de tiro, mas não vão abrir clubes de leitura”, afirmou. Para Piecarz, a lei federal 10.826/2003, também conhecida como Estatuto do Desarmamento, representou um severo golpe para os clubes.

Valter Stadnik, presidente do Clube de Tiro Irati e presidente da Confederação Brasileira de Tiro Tático – Centro Sul (CBCT), entende que, com um governo antiarmamentista, a situação dos clubes se tornou difícil. “Os clubes estão tendo pouca adesão, o que acarreta uma arrecadação insuficiente para fazer frente às despesas”, observou. Para ele, deve haver união dos atiradores no sentido de pressionar pela aprovação de leis que favoreçam os clubes de tiro.

Apoio dos atiradores do Paraná e do Brasil

Amauri Pereira, tenente do Exército e proprietário do Sportscenter Escola de Segurança, falou em nome dos empresários do setor. Ele disse que a atual situação dos clubes de tiro faz com que ele se sinta envergonhado em ser brasileiro e exaltou a disposição do vereador Rodrigo Reis em enfrentar essa briga. Ele revelou que seu sonho era que todo cidadão brasileiro tivesse uma arma de fogo em casa. “Para que serve uma arma? Para a defesa da pátria, do patrimônio e da família. Atirar é bom, é gostoso, mas o principal em ter uma arma é a defesa”, disse Pereira. 

Também se manifestaram: Adilson Sabbagh, do SK Clube de Tiro; Cristiano Castelli, do podcast Fala Atirador e presidente da Associação CAC Paraná; e Juliane Costa, assessora do vereador Rodrigo Braga Reis, representando os instrutores de tiro de Curitiba e Região Metropolitana.

11/04/2024 - Sessão Solene - Homenagem ao CAC

Homenageados (pessoas e entidades)

Alice Munhoz da Rocha

Amauri de Jesus Pereira, tenente do Exército e proprietário da Sportscenter Escola de Segurança

André Luiz Santanna

Armeria Gonçalves, Juarez dos Santos Silva

Associação Paranaense de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CAC-PR), Cristiano Castelli

Bruno Glaser Pohl, secretário executivo da CBCT

Centro de Especialização e Formação Acadêmica em Segurança Privada (Cefasp) 

Cesar Mello, presidente do Ipem-PR

Clube Bala de Prata, Mário César Monteiro

Clube de Tiro Esportivo (CTE) São José dos Pinhais

Clube de Tiro Savana, Felipe da Silva

Clube de Tiro Targo, Guido Hauer

Clube de Tiro White Horse, Osmar Correia Barboza Júnior

Clube do Gatilho, Juliano Rocha de Carvalho

Clube Paranaense de Tiro, Reinaldo Victor Tockus

Confederação Brasileira de Tiro Tático, Giovane Roncalli

Falcon Armas, Rodrigo Menoti Fortes

Federais Clube de Tiro, representado por Alexsandro França de Godoy

Flodomir Rocha Lago

Gunvex Brasil, Rodrigo Fernandes

Juliane Costa, instrutora de tiro e assessora do vereador Rodrigo Reis

Loja Az de Espadas

Loja Balística, Altamir dos Santos Boese 

Marco Antonio Rodrigues Menezes

Marcos José Olsen, atirador desportivo

NS Facas, Sérgio Júnior Silva Nishikawa

Otto Carlos Pohl, presidente da CBCT

Risco Zero, Thaiane de Jesus Gonçalves

Sandro Rogério Borba Alves

SK Clube de Tiro, representado por Adilson Sabbagh

Statter Custom, Alexandre Tallão Statter

Valter Stadnik, presidente do Clube de Tiro Irati

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