“Queda da safra é brutal”, diz Rodrigues

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse hoje (19) que a queda provocada pela seca "é brutal", chegando a 70% em algumas regiões. "É um momento com complicações para alguns setores. Nós vivemos um ano complicado por duas razões principais: os custos de produção subiram no mundo inteiro e os preços das commodities caíram por causa da oferta recorde que há em algodão, trigo, arroz, milho e soja", disse Rodrigues.

Ele diz que a situação se complicou em razão principalmente da seca no Sul do País. Mas, ao mesmo tempo, a redução da produção recuperou preços. "Essa seca reduziu a produção dramaticamente e, com isso, os preços de milho e de soja já reagiram mais de 20% no último mês. Os produtores que têm uma produtividade boa, de média para cima, já compensaram os custos que aumentaram no ano passado."

O ministro disse que o governo "está olhando o que é preciso fazer" e já tomou uma série de decisões, principalmente na área da agricultura familiar, onde está sendo feita uma "prorrogação vigorosa" de todos os vencimentos de investimentos e de custeio, além de oferecer uma renda adicional ao pequeno produtor. "Para os produtores convencionais, nós prorrogamos todos os vencimentos e parcelas de investimentos deste ano, caso a caso. E também o Banco do Brasil e os bancos privados já estão trabalhando com a repactuação de investimentos", afirmou.

Segundo Rodrigues, o governo está ainda liberando R$ 3 bilhões para "empurrar a comercialização" e trabalha com a demanda de mais R$ 1 bilhão, que está em negociação com o Ministério da Fazenda.

Em relação à quebra de safra, Rodrigues confirmou que será necessário importar milho – possivelmente transgênico – para abastecer o mercado interno. O pedido foi feito por pecuaristas do Sul. "Vamos ter de importar este ano 4 milhões, talvez 5 milhões de toneladas de milho porque a quebra é dramática. Tem gente que fala em (produção) de 37,38 milhões de toneladas de milho para uma demanda superior a 45 milhões de toneladas."

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