Professores, pais e alunos tentam impedir a privatização do IPE

O IPE (Instituto Politécnico do Paraná), escola pública de Ensino Médio e Fundamental, está prestes a ser privatizada. A Paranatec (Agência para Desenvolvimento do Ensino Técnico do Paraná), que é responsável pelo gerenciamento da instituição, vem cessando a oferta do ensino fundamental e médio, e está oferecendo cursos pós-médios profissionalizantes pagos.

Por meio da coletiva que foi realizada hoje, na sede estadual da APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná, os professores, a equipe pedagógica, Grêmio Estudantil, membros da comunidade e APP-Sindicato tentam impedir o processo de privatização, apresentando dossiês que comprovam o processo de exclusão do Ensino Médio e Fundamental e a efetivação da Educação Profissional Privada (pós-médio).

De acordo com a Secretária Educacional da APP, Marlei Fernandes de Carvalho, o IPE está passando por um sistema grave de privatização, pois uma escola que é pública está passando a cobrar pelo ensino. ?Os valores das taxas dependem do curso que o aluno vai fazer, mas varia de R$30,00 a R$60,00? diz. Segundo a secretária educacional, mais de 1000 cursos já foram fechados desde 1997. Conta que o governo do Estado do Paraná, através de uma resolução, transformou o IPE em Centro Estadual de Educação Profissional de Curitiba, em que a Paranatec é responsável. 

Segundo ela, a Paranatec proibiu que os alunos, que estão cursando o ensino fundamental e médio no IPE, se inscrevam para os cursos pós-médios (profissionalizantes) que o instituto está ofertando. ?Essa empresa, que é privada, está completamente em desacordo com a legislação, pois não há nenhuma lei que ampare essa arbitrariedade?, enfatiza a secretária educacional.

Marlei Fernandes de Carvalho diz ainda, que essa empresa vai fechar o ensino médio e o fundamental, a partir do próximo ano. De acordo com ela, isso está causando a migração não só de alunos como de professores, que estão inseguros em relação ao seus empregos, para outras escolas. ?Mais de 500 alunos terão que se mudarem para outras escolas?, lamenta ela.

Os professores, os pais e os alunos não concordam com o que está sendo imposto por esta empresa. ?Nós iremos levar esse caso ao Ministério Público, pois queremos a reabertura do ensino médio e fundamental? exige a secretária.

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