PR lidera ranking de recolhimento de embalagens de agrotóxicos

O Paraná conquistou, no mês de março, o primeiro lugar em recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos, com 337,5 toneladas ou seja, 21,7%, do total recolhido no país, seguido pelos estados de São Paulo 16,9% e Minas Gerais 14,4%. Nos três primeiros meses de 2003, foram recolhidas em todo o Estado 217,5 toneladas e no primeiro trimestre deste ano o volume chegou a 826,8 toneladas aumentando em 380% o recolhimento. Cada tonelada representa 25 mil embalagens de agrotóxicos a menos no meio ambiente.

“Estes resultados demonstram o sucesso do trabalho que vem sendo executado junto aos agricultores, que já estão conscientes do mal que o agrotóxico faz a saúde e ao meio ambiente. É uma vitória pularmos, em um ano, do décimo para o primeiro lugar em recolhimento”, declarou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida.

O Programa de Recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos é coordenado pela Secretaria do Estado Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema) e faz parte do programa Desperdício Zero, desenvolvido pela secretaria para reduzir em 30% o volume de lixo gerado e acabar com os lixões no Estado. Em parceria com o Instituto Nacional de Processamento de embalagens vazias (InpEv), o projeto visa estimular uma consciência ambiental afim de impedir que as embalagens sejam reutilizadas no armazenamento de outros produtos ou que sejam jogadas poluindo o meio ambiente.

Carimbo

De acordo com a Associação Norte-Paranaense de Revendedores Agroquímicos (ANPARA) o estado reduziu em 18% o número de embalagens contaminadas através da utilização de um carimbo no verso do comprovante de entrega, que caracteriza que o agricultor não realizou a tríplice lavagem, descumprindo a legislação. Antes da utilização do carimbo, 27,6% das embalagens eram entregues contaminadas, esse número caiu para 9,1%. “A parte educativa ficou evidenciada. Muitos agricultores que deixavam de lavar por capricho, hoje nos agradecem pelo incentivo”, conta o engenheiro agrônomo responsável pela ANPARA, Irineu Zambaldi.

Para alcançar esses resultados o Programa conta com a ajuda, além do agricultor, dos comerciantes e fabricantes de agrotóxicos. Ao vender o produto, sob prescrição de receituário agronômico, o comerciante informa o endereço para devolução das embalagens, recomenda que o produto seja mantido em local apropriado até a devolução e fornece um comprovante de devolução ao agricultor. Já o fabricante transporta e dá a destinação final dos materiais recebidos nos postos ou centrais de recebimento. Depois de recolhidas, as embalagens são destinadas à reciclagem ou à incineração em fornos de cimento, caso haja contaminação.

O Paraná conta com 15 centrais licenciadas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), localizadas nos municípios de Colombo, Ponta Grossa, Cornélio Procópio, Londrina, duas em Maringá, Campo Mourão, Umuarama, Cascavel, Santa Terezinha do Itaipu, Palotina, Francisco Beltrão, Guarapuava, Prudentópolis e São Mateus do Sul. Veículos de recebimento itinerante também estão disponíveis para receber as embalagens vazias.

Previsão

De acordo com o engenheiro agrônomo e coordenador do programa de recolhimento das embalagens da Secretaria do Meio Ambiente, Rui Muller, a previsão para este ano é que o Paraná recolha 2,8 mil toneladas de embalagens. Segundo dados fornecidos pelo INPEV e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no ano passado foram recolhidas 7 mil toneladas em todo país. Somente nos dois primeiros meses deste ano o Paraná já recolheu quase 23% do total de embalagens vazias que foram comercializadas. O Brasil lidera no ranking mundial de recolhimento e destinação final das embalagens.

Os estados brasileiros nos anos de 2002 e 2003 revelam uma grande evolução: o Paraná aumentou o seu número de recolhimento em 858,9% (passou de 209,8 toneladas recolhidas em 2002 para 2.012 toneladas em 2003). Além do Paraná, os estados Mato Grosso e São Paulo recolheram de 62,8% do total de recipientes vazios de agrotóxicos. (Paraná 25,6%, Mato Grosso 20,3% e São Paulo 16,9%) em todo território nacional.

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