Serathiuk diz porque não será candidato

 Foto: Chuniti Kawamura/O Estado

Serathiuk só disputa eleição quando o sistema for reformado.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, solicitou aos delegados regionais do Trabalho que comuniquem se serão ou não candidatos nas eleições de 2006. Geraldo Serathiuk já comunicou: não será candidato. Serathiuk afirmou que, enquanto o atual sistema eleitoral, partidário e de financiamento de campanha não for reformado, não pretende disputar eleição. "Lamentavelmente, fizemos a reforma constitucional em 1988 e mantivemos o sistema eleitoral estruturado pelos militares que, preocupados com o avanço das oposições no sul e sudeste, fizeram estados pouco populosos ficarem super-representados e os estados populosos ficarem sub-representados na Câmara dos Deputados, além de terem transformado o Senado Federal em segunda câmara revisora, e não somente de equilíbrio federativo. O que deforma a vontade popular", diz.

Segundo Serathiuk, criou-se um sistema eleitoral para que, na possibilidade da eleição de um presidente oposicionista, se tivesse um presidencialismo de coalização, pois mesmo sendo eleito por ampla maioria, acabaria elegendo uma bancada minoritária em razão do sistema eleitoral deformado implantado. E, por conseqüência, as oligarquias regionais continuaram mandando no País e o País continua tendo crises de governabilidade de tempos em tempos. "E novamente assistimos à conversa que o problema é tomar medidas moralizadoras, a exemplo da crise do escândalo do orçamento em 1992, quando se vendeu a idéia que a aprovação do Código de Ética Parlamentar resolveria o problema. E não resolveu", afirma.

O problema político brasileiro, fala Serathiuk, é a necessidade de darmos um choque de democracia no sistema eleitoral e partidário. "Há de se considerar que a distorção do sistema representativo acabou gerando um custo muito alto para o País manter a governabilidade, pois para garantir a maioria no parlamento, se sujeita à criação e a manutenção de inúmeras estruturas públicas desnecessárias."

Em virtude disso, a sociedade brasileira deve lutar por uma reforma política sob a ótica de um novo pacto federativo, não só sob o enfoque da reforma do sistema partidário e eleitoral, mas para que se redefinam as atribuições dos senadores, o critério de composição do Senado Federal e inclua a mudança na eleição da Câmara dos Deputados. Devendo-se exigir a implantação do coeficiente eleitoral nacional, sobre ao fundamento do princípio "um cidadão, um voto", que desaguará na reforma do Estado com o objetivo de se construir verdadeiramente um Estado de direito democrático e, por decorrência, um novo modelo de desenvolvimento democrático para todos os brasileiros. "Da forma em que está o processo de concorrência eleitoral, é desleal e ajuda manter as oligarquias regionais no comando das várias instâncias parlamentares do país", concluiu Serathiuk. 

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