No peito e na raça

Sem dinheiro e sem contratos, Petraglia garante que obras começam dia 3

O presidente da comissão de assuntos para as Copas de 2013 e 14 do Clube Atlético Paranaense, Mário Celso Petraglia garantiu, nesta quinta-feira, que as obras de conclusão da Arena da Baixada serão iniciadas no próximo dia 3 de outubro, apesar de, a 11 dias desta data, não haver nenhum fornecedor contratado e nenhum recurso financeiro disponível. O ex-presidente do Atlético disse esperar para os próximos dias a solução financeira para o início das obras. Petraglia participou de audiência pública na Comissão da Copa da Câmara Municipal de Curitiba, onde detalhou o projeto de conclusão da Arena.

“Não temos absolutamente nada contratado porque estamos em fase final da constituição da Sociedade Anônima que conduzirá as obras. Enquanto isso, estamos firmando compromissos verbais e cartas de intenções, baseadas na boa fé e na credibilidade do clube e das empresas. Mas estamos com a gestora da obra em fase final de negociação, bem como as empresas responsáveis pela escavação e remoção das áreas do colégio”, disse o dirigente. “Mas a obra inicia dia 3. Com que recurso, com dinheiro de onde, não sabemos. Mas não temos mais tempo para esperar dinheiro em caixa, senão perderemos a Copa das Confederações. O Estado e o município estão trabalhando. Estamos seguros que virá o investimento do BNDES. Mas é assunto da Agência de Fomento com o banco”, afirmou.

Petraglia elogiou a participação da prefeitura de Curitiba e do governo do Paraná em todo o processo. “A única instituição que não estava cumprindo com suas obrigações era o clube, que por dois anos e meio não deu nenhuma garantia de que tocaria em frente o projeto. Por isso que voltamos, para concluir o que iniciamos em 1997”, disse, explicando que a hesitação do Atlético, “que num momento parecia que não queria mais brincar”, atrasou algumas ações, como a desapropriação dos imóveis no entorno do estádio. “A prefeitura está conduzindo isso, não tenho detalhes porque não me cabe, mas era uma questão que já era para estar resolvida. O município só não fez antes porque não estava 100% confiante no comprometimento do clube”, disse.

Petraglia apresentou aos vereadores e demais participantes da reunião o mesmo projeto que apresentou na reunião do conselho atleticano e que foi escolhido pelo clube. Pelas contas do dirigente a conclusão da Arena custará R$ 180 milhões, com o investimento distribuído igualitariamente entre a prefeitura, o Estado e o clube, R$ 60 milhões para cada. “O Atlético já gastou R$ 15 milhões. Os R$ 45 milhões restantes, poderá financiar em 15 anos, com três anos de carência e juros de 3% ao ano. Vai empenhar R$ 3,75 milhões ao ano. Menos do que o salário de um técnico de futebol”, disse, comentando que com naming rights e outros produtos que o novo estádio pode gerar, o clube poderá arrecadar mais de R$ 20 milhões ao ano. “A viabilidade é muito forte, muito grande, muito fácil”, concluiu.