Rossoni é repreendido por Osmar após declaração

“Silêncio absoluto”. Essa foi a única frase proferida pelo presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, ontem, sobre as discussões acerca da tentativa de atrair o senador Osmar Dias (PDT) para a chapa de Beto Richa, pré-candidato tucano ao governo do Estado.

Após anunciar, ontem, que estava tudo acertado com o PDT e que Osmar e Beto anunciariam a parceria nesta quarta-feira, Rossoni foi desmentido pelo próprio Osmar, que o chamou de imprudente e irresponsável. O deputado tucano garantia que havia recebido a informação de um dirigente do PDT estadual.

“Ele (Rossoni) foi um imprudente, um irresponsável. Não preciso de ventríloquo para falar por mim. Quando tiver a definição, eu mesmo vou anunciar minha decisão”, declarou Osmar Dias, para depois afirmar que pode anunciar sua decisão ainda hoje.

Ontem à noite Osmar teria nova reunião com o governador Orlando Pessuti, para tratar de uma possível aliança entre PT e PMDB. Os dois já haviam se encontrado na terça-feira. Mesmo antes de definir, Osmar já reservou data para a convenção estadual do PDT.

O salão de eventos do Paraná Clube (com capacidade para quatro mil pessoas) está reservado para o partido para o próximo dia 26, último sábado do período de convenções

Na Assembleia Legislativa, tanto tucanos quanto peemedebistas avaliam que Rossoni possa ter sido influenciado por declarações do presidente em exercício do PDT, deputado Augustinho Zucchi, principal articulador do acordo com os tucanos, que o querem como vice de Beto Richa.

Zucchi chegou a ser criticado por peemedebistas devido à forma como conduziu as negociações sobre alianças. O presidente do PMDB, Waldyr Pugliesi, disse que, pouco antes do encontro entre Osmar e Pessuti, recebeu uma ligação de Zucchi dizendo para o partido nem procurar Osmar, pois o PDT já estaria acertado com o PSDB.

A resposta contundente de Osmar a Rossoni e as conversas do pedetista animaram o presidente estadual do PT, Ênio Verri, que passou a tarde acompanhando Pessuti em uma série de inaugurações.

“Não há ainda nada definido, mas o diálogo está avançando. E o PT não vai assistir passivamente a essa definição. Nosso diretório nacional está atento à questão do Paraná e vamos fazer de tudo para que essa aliança se concretize”, disse o deputado, revelando que o PT pode sim ceder a algumas das exigências de Pessuti para abrir mão da candidatura. “Mas, desse tempo que passei com ele, em nenhum momento ele disse que retiraria a candidatura”, alertou. A esperança era que Pessuti e Osmar conseguissem mais avanços na reunião de ontem à noite.

Mas um novo obstáculo para a candidatura de Osmar em chapa com o PT e o PMDB seria a possibilidade de seu irmão, senador Alvaro Dias (PSDB) ser indicado como candidato a vice-presidente de José Serra (PSDB).

Com o irmão do outro lado, seria constrangedor para Osmar ser o palanque de Dilma Rousseff (PT) no Paraná. O nome do vice de Serra está longe de uma definição e Alvaro é apenas um dos tucanos cogitados caso o PSDB não aceite um vice do DEM.