Requião retoma acordos para renovação do PMDB

O governador Roberto Requião (PMDB) retomou as articulações para a troca do comando nacional do partido na convenção que está marcada para setembro.

Com a ajuda do presidente estadual do partido no Paraná, deputado federal Gustavo Fruet, o governador pretende organizar um encontro no dia 11 de abril (a data ainda pode mudar) com as bancadas federais e estaduais do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso. O governador quer sentir a temperatura da base parlamentar do PMDB dos quatro Estados em relação à sucessão no diretório nacional.

Amanhã, Requião participa de uma reunião em Florianópolis com os governadores de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silva (PMDB); de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT; e do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB). Além deles, está confirmada a presença do governador da província argentina do Chaco, Angel Rozas, o que sinaliza para a retomada das relações entre o Sul do Brasil e as províncias do Chaco, interrompidas por dois anos, em função da crise econômica argentina.

Organizado pelo governador Germano Rigotto, o encontro é do Codesul (Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul), mas o governador do Paraná vai aproveitar o encontro para conversar sobre os rumos do partido. Anteontem, Requião já fez alguns contatos com lideranças do partido em Fortaleza, onde fez uma palestra sobre a reforma tributária. Esteve também em Brasília e na semana passada conversou com o ex-governador Orestes Quércia, que controla o partido em São Paulo.

Candidatura

O governador tem simpatia por uma possível candidatura do deputado federal paulista José Aristodemo Pinotti para suceder seu desafeto, o deputado federal Michel Temer, na presidência do partido. A outra opção que está sendo discutida pela chamada ala “autêntica” do PMDB é o líder do partido na Câmara, Eunício de Oliveira, genro do ex-presidente nacional da legenda, Paes de Andrade.

Requião está empenhado na busca de um consenso no partido para a sucessão do diretório nacional. Temer já deu sinais de que pode vir a disputar a reeleição, o que não interessa ao grupo que apoiou a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no ano passado. O grupo de Temer esteve no palanque do ex-senador José Serra (PSDB).

O presidente estadual do PMDB disse que o encontro com as bancadas do Sul vai servir para dar um panorama da tendência da base do partido nos três estados do Sul, em São Paulo e no Mato Grosso, na disputa nacional.

Grupo preparará documentos

A participação do Codesul no grupo que decide os rumos do Mercosul é um dos temas que será debatido no encontro de amanhã dos governadores. A presença de Requião é considerada estratégica pelo fato de o governador do Paraná ter sido presidente da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul no Senado.

Segundo o secretário executivo do Codesul, Idenir Cecchin, do Rio Grande do Sul, por sua experiência em relação ao tema Mercosul, a presença de Requião é fundamental na elaboração de documentos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao Itamaraty para garantir o espaço do conselho no bloco que se reúne de seis em seis meses e que tem o próximo encontro marcado para junho, em Assunção. Os Estados do Sul fazem fronteira com os países vizinhos e enfrentam questões que exigem uma solução comum.

“Outro tema que não ficará fora da agenda é o preço do gás natural, que teve um aumento de 93%, afetando toda a produção industrial do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que respondem por 25% da exportação brasileira”, lembra Santiago Gallo. “Boa parte das indústrias da região Sul está sendo movida a gás natural”, explica Cecchin.

Além disso, os governadores vão discutir ainda temas como o aproveitamento do Aqüífero Guarani – que se estende por regiões do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai -, o plano integrado de transportes entre os Estados que formam o Codesul, e o Prodetur-Sul, programa de desenvolvimento do turismo no Sul do país.

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