Requião elogia decisão do PT de afastar PMDB

O governador eleito, Roberto Requião (PMDB), considerou que a decisão tomada ontem pela cúpula nacional do PT de manter os peemedebistas fora da equipe ministerial de Luiz Inácio Lula da Silva representa uma vitória da tese defendida por ele.

Comandado nacionalmente pelo deputado federal Michel Temer (SP), um aliado do presidente Fernando Henrique Cardoso, o PMDB não terá nenhum cargo no novo governo.

Segundo nota divulgada ontem à tarde pela assessoria do governador eleito, que é adversário da ala governista do PMDB, o partido não merecia assumir cargos no governo Lula. “Um partido dividido, que ainda não conquistou a unidade interna, não pode participar do ministério”, disse Requião, reafirmando tese que ele vem defendendo desde a vitória de Lula, em 27 de outubro.

“Afinal, que partido estaria no governo: aquele que até agora esteve com Fernando Henrique Cardoso ou os representantes de centro-esquerda que estiveram com Lula nas eleições?”, questionou o governador eleito. Ainda de acordo com a nota enviada pela assessoria de Requião, o peemedebista reafirma sua defesa de apoio ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas sem representantes do partido no ministério.

Compromisso

Na avaliação do governador eleito, o PMDB no governo não poderia ter assumido o perfil imposto pelo presidente nacional do partido, Michel Temer, que adotou um estilo classificado por Requião como sendo do “toma-lá-dá-cá, que caracterizou a atuação do partido nos últimos anos”.

Para Requião, a não-participação no governo eleito não deve significar oposição ou neutralidade. “O PMDB, por sua história e pela vontade da maioria de seus militantes, está intimamente comprometido com o projeto de mudança de Luiz Inácio Lula da Silva. A quase totalidade do partido caminhou com Lula. Logo, os representantes do PMDB no Congresso não podem negar apoio ao novo presidente”, disse.

Voltar ao topo