Renan pede voto por telefone e aliados temem reviravolta

Em busca de apoio para salvar seu mandato na votação de amanhã, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reforçou o apelo aos colegas e está concluindo um documento de defesa, que será entregue aos senadores. Renan está telefonando a cada senador, para repetir que nada foi provado contra ele. Mesmo causando constrangimento ao interlocutor, pede o voto que será secreto. Os aliados de Renan apostam em vitória apertada no plenário, por isso mesmo estão preocupados e apreensivos com uma eventual reviravolta, em função das pressões da opinião pública.

Muitos foram alvos de cobrança em seus Estados e chegam à Brasília dispostos a atender essas pressões. A possibilidade de Renan deixar a presidência do Senado em troca da absolvição não é alimentada por senadores nem mesmo da oposição. O entendimento é de que ele recusou os sucessivos apelos tempos atrás e não é agora que vai ceder.

Se absolvido, mesmo por pequena diferença de votos, Renan continuará enfraquecido mas não deixaria o cargo. "A governabilidade vai se construir depois do resultado", garantiu o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), que esteve com Renan. Jucá e o senador José Sarney (PMDB-AP) estão ajudando a cabalar votos. Jucá exclui a possibilidade de Renan deixar o cargo. A incógnita é o PT, que tem uma bancada de 12 senadores. "Cada um vai formar sua consciência", disse a líder do partido, Ideli Salvati (SC), considerado voto certo em favor de Renan. Mas o senador Flávio Arns (PT-PR) disse que a maioria vota contra Renan.O senador petista Paulo Paim (RS) anunciou que vota pela cassação.

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