Por telefone, de NY, Requião demite auxiliar

O governador Roberto Requião (PMDB) mandou demitir ontem, em telefonema de Nova York, o diretor do Centro de Convenções de Curitiba, advogado Ogier Buchi. A demissão foi confirmada pelo líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Natálio Stica (PT).

Há dois dias, o líder do governo vem tentando contornar os ataques dos deputados de oposição, que denunciaram uma guerra interna no governo entre dois secretários, o de Comunicação Social, Airton Pissetti, e o de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Luís Mussi. Em coluna assinada no jornal Gazeta do Paraná, Buchi fez uma denúncia de cobrança de propina, envolvendo os dois secretários.

A coluna de Buchi foi usada como instrumento de acusação pela bancada de oposição ao governo. O diretor do Centro de Convenções acusou o secretário de Comunicação de ter exigido parte das verbas destinadas à publicidade que seriam liberadas para o Canal 21, de Curitiba, pertencente a Mussi. Como Buchi já foi diretor-geral da Secretaria de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul e apresenta um programa no Canal 21, a conclusão do Palácio Iguaçu foi que Mussi estava por trás da denúncia.

Durante toda a tarde, circularam versões de que o secretário da Indústria e Comércio também deixaria o governo, mas a informação não foi confirmada pela assessoria do governo do Estado. O governador interino Orlando Pessuti também não se pronunciou sobre o caso. O retorno de Requião dos Estados Unidos está previsto para este final de semana.

O líder do governo na Assembléia Legislativa disse que a demissão de Buchi não é suficiente para sepultar o assunto. Segundo Stica, o caso somente estará encerrado quando o secretário de Comunicação responder se aceita o convite da Assembléia Legislativa para esclarecer o episódio em plenário. O líder da oposição, Durval Amaral (PFL), apresentou requerimento convocando Pissetti para prestar esclarecimentos ao plenário, na próxima terça-feira, dia 30. Mas a liderança do governo conseguiu um acordo com a oposição para transformar a convocação em convite, que o secretário ainda não disse se aceita. "É uma oportunidade que o secretário tem de explicar tudo isso. Porque isso tudo somente será resolvido depois de explicado", disse Stica.

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