Osmar espera apoio do PSDB/PR em 2006

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Osmar: "O PDT deve dar aos estados
liberdade para as alianças regionais".

Já saudado como candidato ao governo do Estado em 2006 pela militância do PDT, o presidente do partido no Estado, senador Osmar Dias, disse ontem que acredita ter o apoio da maioria do PSDB para concorrer à sucessão estadual.

"Tenho visto pela imprensa que algumas lideranças colocam o desejo de ter candidatura própria. Mas acho que o desejo da maioria do PSDB vai prevalecer", afirmou o senador, antes de abrir, no início da manhã de ontem, o encontro estadual do PDT, realizado no auditório do Cietep, que teve a participação do presidente nacional, Carlos Luppi, do secretário-geral do diretório nacional, Manoel Dias, e boa parte dos prefeitos e vereadores eleitos pelo partido no Paraná este ano.

Osmar também não excluiu a possibilidade de ter o PMDB ao seu lado no projeto eleitoral de 2006. O senador observou que os peemedebistas têm um candidato próprio ao governo, mas que se houver uma mudança neste projeto, está disposto a discutir uma aliança. "Se o PMDB mudar e colocar sua posição, nós estamos abertos a conversar. Os partidos é que vão decidir se querem ou não ter candidatos. No PDT, nós já decidimos que vamos ter um candidato", comentou.

Para Osmar, as negociações que vêm sendo conduzidas nacionalmente pela direção do PPS com vistas às alianças para a disputa presidencial devem levar em consideração os projetos regionais. Osmar disse que os acordos nacionais não podem amarrar o PDT nos estados a compromissos que prejudiquem a participação na eleição. Sobretudo se permanecer a verticalização partidária, que obriga a reprodução nos estados das coligações firmadas no plano nacional, acrescentou.

"Nós esperamos que o PDT priorize os estados e dê liberdade para que possamos realizar as alianças que são importantes regionalmente", disse o senador, observando que o lançamento de um candidato a presidente pelo PDT é "uma aventura" a ser evitada.

As conversas com o PPS no Paraná devem ser conduzidas com transparência, disse o senador pedetista. Mas devem partir do princípio de que o PDT já tem um candidato ao governo, ressaltou. O PPS trabalha o nome do presidente estadual do partido, Rubens Bueno, que manteve contatos com o PDT na eleição para a disputa da Prefeitura de Curitiba, mas o acordo não avançou.

Aliados

Aliado quase certo, o PSDB não mandou representantes oficiais ao encontro do PDT, mas o PFL estava presente. O vice-presidente estadual do PDT e líder da oposição na Assembléia Legislativa, Durval Amaral, disse que uma corrente majoritária do PFL prefere uma aliança com o PDT. "A tendência do PFL estadual é compor com o Osmar", afirmou.

"Alianças dependem de diálogo"

O presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, disse que as negociações nacionais do partido com o PPS para uma aliança à sucessão presidencial de 2006 estão avançando, mas ainda dependem de muito trabalho para efetivar o acordo entre os dois partidos. Juntos, o PPS e o PDT vão se constituir numa alternativa ao que chamou de polarização da eleição presidencial entre o PSDB e o PT.

Quando aos desdobramentos das alianças nos estados, o dirigente pedetista afirmou que os reflexos de um acordo nacional devem ser discutidos em cada estado. "Se permanecer a verticalização, é uma situação. Se não permanecer, é outra. Mas deve haver o devido cuidado nos estados", comentou. Luppi disse ainda que o projeto eleitoral do PDT do Paraná em 2006 é uma prioridade para a direção nacional.

O secretário-geral do PDT, Manoel Dias, fez um breve histórico do PDT e concluiu que a sigla saiu revigorada das eleições municipais deste ano e sobreviveu à morte do seu principal ideólogo, o ex-governador Leonel Brizola. O que o secretário definiu como um "crescimento espetacular" se traduz na eleição de 305 prefeitos e 3.200 vereadores em todo o País.

Manoel Dias fez críticas ao PT, acusando o partido do presidente da República de tentar dizimar o PDT . "O PT tentou nos destruir reduzindo a nossa bancada pela metade. Mas nós conseguimos ser o quinto partido em número de votos no País", afirmou o secretário-geral. Ele disse aos pedetistas que a sigla poderá recuperar a posição de referência de esquerda com a desfiguração do PT no governo Lula. "A referência de esquerda no País era o PT, com o seu discurso de ética na política. Mas chegou ao poder e jogou a ética no lixo. Hoje, nós temos um espaço enorme para crescer porque o trabalhismo nunca traiu os interesses nacionais", disse. (EC)

PPS a caminho do rompimento com Lula

Rio (AG) – O presidente do Partido Popular Socialista (PPS), deputado Roberto Freire (PE), apresentou ontem ao diretório nacional do partido a proposta de afastamento da base governista, entrega dos cargos e independência do governo Lula. Ao apresentar a proposta, Roberto Freire ressaltou que o partido não quer fazer parte do bloco da oposição, mas sim ter liberdade na hora de votar os assuntos de interesse do País.

O presidente do PPS disse que chegou a hora de o partido mostrar a capacidade de pensar no País, independentemente de conveniências políticas. Ele criticou o atual governo, ao dizer que o presidente Lula, quando eleito, despertou a esperança de mudanças, mas nesses dois anos se caracterizou pela continuidade "naquilo que há de pior".

Freire disse ainda que o governo Lula é conservador, continuísta e mantém um relacionamento promíscuo com o Congresso Nacional. Segundo ele, o PPS não pode definir sua posição política em função de cargos no governo. A reunião foi realizada no Hotel Guanabara, no centro do Rio.

Convenção

Anteontem, o presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, confirmou que, por sugestão do senador Cristovam Buarque (PT/DF), o partido e o PPS decidiram convocar uma convenção nacional da esquerda democrática brasileira. A decisão foi tomada anteontem, no encerramento do seminário que os dois partidos realizaram anteontem no Rio de Janeiro.

O evento terá como objetivo, por sobre partidos e tendências, criar um forte e novo movimento capaz de proporcionar à sociedade uma nova alternativa política ao PSDB e ao governo Luiz Inácio Lula da Silva, e será realizado no primeiro semestre do próximo ano.

Com intensa participação de militantes e dirigentes dos dois partidos, o seminário foi considerado bem sucedido pelo deputado Roberto Freire, presidente do PPS, e Carlos Luppi, presidente do PDT. Conforme resolução, novos encontros serão realizados nos estados e municípios, bem como os portais das duas agremiações abrirão debates para envolver intelectuais e militantes. O presidente do PPS estadual, Rubens Bueno, também participou do encontro.

Em uma intervenção emocionada ao final do encontro, e lembrando e fazendo homenagem a Leonel Brizola, Luppi ressaltou que o seminário foi realizado em clima de sinceridade, valor fundamental para se garantir a aproximação entre os dois partidos. Lembrou que entre PPS e PDT há muitas diferenças a serem superadas, mas que isso também já ocorreu em outros momentos históricos.

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