Próximo governo

Osmar diz que não faz pressão para ser ministro

Cotado como um dos paranaenses que podem ser chamados a assumir um ministério na equipe da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), o senador Osmar Dias (PDT) disse ontem que, se depender de fazer lobby pelo cargo, vai ficar de fora do próximo governo.

Avesso às articulações que dominam as reuniões dos partidos aliados ao governo, Osmar teve seu nome citado pelo presidente nacional do PDT e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, como uma das indicações do partido para o Ministério da Agricultura.

Mesmo assim, Osmar não participa hoje da reunião da direção nacional do PDT, em Brasília, onde o assunto oficial é uma avaliação do desempenho do partido em 2010, mas, na prática, deve ser mesmo a participação do partido no governo.

“Não vou fazer movimento político pleiteando nada. Se for este o jogo, não faço. Não fui candidato a ministro. Fui candidato a governador. Esta questão de ministério cabe a quem foi eleito saber sobre quem merece e tem mais capacidade para compor o governo”, afirmou o senador.

Para Osmar, a escolha deve ser por mérito e não pela pressão dos partidos. “Apoiei uma candidata a presidente que acredito que vai seguir os critérios da competência, qualificação política e técnica. Nunca pedi para ser nomeado para nada. Ou fui convidado ou eleito pelos meus méritos”, afirmou o pedetista.

Osmar acha que a escolha deve se dar naturalmente pela presidente eleita. O senador conversou com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, sobre o tema. Mas não a respeito de sua indicação.

“O que eu sei é sobre o desejo de ter dois ministérios”, afirmou o senador, que garante desconhecer se seu nome integra a lista que Lupi vem negociando com o governo.

Amigo pessoal

Lupi lançou o nome de Osmar como um bom candidato ao Ministério da Agricultura. A menção ao pedetista foi feita por Lupi em entrevista à Agência Estado que o questionou sobre a suposta aproximação entre Dias e o PT.

“Osmar Dias é nosso, não é do PT; ele é meu amigo pessoal. Se tem alguém que o incentivou a ser candidato, fui eu”, defendeu. Em seguida, Lupi emendou que o candidato ao governo do Estado, que perdeu a última eleição, seria “um excelente ministro da Agricultura”, por exemplo. “Ele conhece profundamente o assunto. Teria total e irrestrito apoio meu e do partido, mas quem escolhe não sou eu, é a presidente Dilma”, disse

A indicação de Osmar para a Agricultura é tema de conversa de bastidores em Brasília. Assim como é também a pretensão de Lupi de continuar no comando do Ministério do Trabalho.

“Não sei se eu vou ser, isso não depende de mim. Depende mais de Dilma do que de mim, eu cumpri a minha parte”, disse o ministro. O ministro salientou que conhece Dilma há 30 anos e que tem certeza de que suas escolhas não serão por “amiguismo”. Para ele, a presidente vai avaliar política e administrativamente possíveis nomes.

“Agora, um ministério é muito pouco para o PDT”, enfatizou. Lupi salientou que, na primeira eleição de Lula, o partido não apoiou a candidatura de Lula. “Apoiamos Cristóvão (Buarque), que foi nosso candidato e fomos para o segundo turno com independência. Eu apoiei o Lula, mas parte do partido não apoiou, e nos deram o Ministério do Trabalho”, argumentou.

Já em relação à Dilma Rousseff, o PDT foi o primeiro a apoiar a candidatura, segundo o ministro. “A apoiamos antes do PT. Eu disse que Dilma ia ganhar no primeiro turno. O nosso erro foi não avaliar os adversários, como eles iam jogar”, lembrou.