Mulheres do Paraná fundam Comitê Multipartidário

Atualmente, no Brasil, as mulheres representam 50% da mão-de-obra economicamente ativa. Porém, ocupam menos de 10% dos cargos políticos existentes. O país tem apenas 6.990 vereadoras, 317 prefeitas, 42 deputadas federais e dez senadoras. No Paraná, que possui 399 municípios, são apenas dezenove prefeitas, 35 vice-prefeitas, 410 vereadoras, duas deputadas federais e quatro deputadas estaduais.

Para mudar esta realidade e incentivar as mulheres a se candidatarem a cargos políticos, foi lançado ontem, em Curitiba, o Comitê Multipartidário de Mulheres, que deve reunir dezenas de lideranças femininas de pelo menos treze partidos políticos diferentes. Hoje, no Brasil, as mulheres têm direito garantido a 30% das vagas existentes nos partidos políticos. Embora a percentagem seja considerada pequena, a presidente da organização não governamental Espaço Mulher, Maria Goretti David, diz que ainda é muito difícil encontrar mulheres dispostas a preenchê-las. “Uma série de questões históricas e culturais influenciam para que as mulheres tenham menor participação política. Uma delas é o fato de a maioria das mulheres enfrentarem dupla jornada de trabalho, dentro e fora de casa, não tendo tanto tempo para viajar em campanha quanto o homem”, declara.

As integrantes do comitê consideram as mulheres mais compreensivas e comprometidas com questões sociais do que os homens. Acreditam que elas podem recuperar a credibilidade política no país e competir em condições de igualdade. “Não temos a intenção de que o percentual de vagas destinadas às mulheres nos partidos aumente; queremos que chegue a 50% naturalmente. Também não queremos tirar o espaço do homem, mas atingir o equilíbrio entre os sexos dentro do poder”, dizem. No futuro, a intenção é que sejam criados comitês multipartidários regionais pelo Paraná.

Cartilha

Para sensibilizar as mulheres quanto à ocupação de cargos políticos, foi lançada, em paralelo à criação do comitê do Paraná, a cartilha “Competindo para Ganhar”. Trata-se de um manual produzido nos Estados Unidos e traduzido para o português composto por uma série de informações que visam estimular e orientar a participação feminina na política e nas campanhas eleitorais.

“A cartilha traz dicas de como a mulher candidata deve posar para foto, de como deve se posicionar para falar e uma série de outras coisas que ela pode fazer para causar impacto no eleitor”, explica a prefeita do município de Iporã, Maria Aparecida Udenal. Foram impressos 2 mil manuais, que devem ser distribuídos em gabinetes políticos e associações de classe. A criação do comitê e o lançamento da cartilha contou com a participação da diretora de programas internacionais da League of Women Voters Education Fund, Zaida Arguedas, da Costa Rica.

Partido tem 13 das 27 diretorias

Brasília

(AG) – Das 27 diretorias regionais da Funasa, 13 são hoje ocupadas por petistas ou indicados por petistas. O PTB tem outras quatro diretorias e o PMDB, três. Todos os demais partidos da base garantiram a nomeação de afilhados para dirigir as representações da Funasa nos estados. A demissão do petista Antonio Carlos Andrade da direção-executiva da Funasa, em retaliação à posição de sua mulher, a deputada Maninha (PT-DF), na votação da reforma da Previdência, Social reflete a política adotada pelo governo na composição dos quadros da entidade.

Um decreto do dia 18 de março deste ano abriu caminho para que os cargos regionais da Funasa pudessem ser usados para agradar a aliados. O decreto passou a permitir o uso político dos cargos de chefia, especialmente nas coordenações regionais. A regra anterior, determinada pelo então ministro da Saúde José Serra, só permitia a indicação para cargos de chefia na Funasa de funcionários de carreira que estivessem em cargo de confiança por pelo menos cinco anos e com experiência mínima também de cinco anos.

Titulares

Com a mudança, o governo Lula diz apenas que os titulares de cargos em comissão serão indicados pelo ministro e serão escolhidos “preferencialmente”, mas não obrigatoriamente, entre funcionários de carreira. Na época da edição do decreto, o ministro da Saúde, Humberto Costa, argumentou que a forma anterior limitava o número de pessoas que podiam ocupar esses cargos. Além disso, justificou o ministro, com a mudança o governo passaria a ter mais mobilidade para indicar pessoas mais alinhadas com o governo do PT.

Na prática, porém, a mudança permitiu o loteamento dos cargos de coordenadores da Funasa nos Estados entre sete diferentes partidos da base governista.

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