Mesa executiva da Assembléia rejeita missão ao Paraguai

A mesa executiva da Assembléia Legislativa rejeitou o pedido da bancada de oposição para criar uma comissão especial destinada a investigar se houve uso de recursos públicos na participação do secretário da Comunicação Social, Airton Pisseti, na campanha do ex-bispo Fernando Lugo, candidato à presidência do Paraguai. A mesa concluiu que os deputados podem viajar ao Paraguai por conta própria, sem o amparo formal da Assembléia Legislativa.

O 2.º vice-presidente, Augustinho Zucchi (PDT), disse que não há, inicialmente, indícios que justifiquem a constituição de uma comissão ou a designação de uma delegação pela Assembléia para fazer apurações no Paraguai. ?Não há nada que justifique isso neste momento. Mas nada impede que os deputados, individualmente, possam ir. Por enquanto, não há nada concreto sobre qualquer irregularidade que o governo tenha cometido neste processo?, afirmou Zucchi.

A acusação, que consta de reportagem da revista IstoÉ, sobre o uso de estrutura e recursos públicos na participação de Pisseti na campanha, poderá ser verificada quando o governo responder aos pedidos de informações feitos pela oposição, afirmou Zucchi. Anteontem, o secretário pediu férias de um mês do cargo e admitiu que poderá dedicar parte do tempo a colaborar na campanha do ex-bispo.

Para o 2.º vice-presidente, ao se desvincular do governo, Pisseti deu um caráter pessoal à sua ligação com a campanha. ?Ir lá e apoiar o Lugo não tem nada demais. Nós temos que saber se houve uso de recursos públicos neste processo. Mas isso não é indo ao Paraguai que se descobre?, afirmou.

Por carta

O deputado Ney Leprevost (PP), um dos que haviam se apresentado para compor a comissão, disse que se houver necessidade, ele irá ao Paraguai. Por enquanto, Leprevost decidiu tentar obter informações sem viajar. Ele está encaminhando um ofício ao senador paraguaio Juan Carlos Galaverna Delvalle, consultando-o sobre a existência de provas do uso de recursos públicos do governo do Paraná na campanha presidencial. Galaverna, em entrevista à rádio Band News na sexta-feira passada, 15, acusou o governador Roberto Requião (PMDB) de interferir na eleição do Paraguai. ?Estou perguntando a ele se tem alguma prova material que comprometa o governo. Porque se houver dinheiro público envolvido é grave?, afirmou Leprevost, informando que, além de Galaverna, outros integrantes do Partido Colorado serão procurados para a obtenção de dados sobre a denúncia da IstoÉ. ?Estou fazendo um levantamento sobre as pessoas que poderiam nos ajudar com informações. Vou solicitar que enviem informações. Se for o caso, vou até lá. Para isso, nós temos a verba de ressarcimento que é para os deputados fazerem seu trabalho?, comentou o deputado do PP.

Além de Leprevost, o líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB) e o deputado Marcelo Rangel (PPS) também defendiam a criação de comissão para apurar se houve alguma irregularidade na participação de Pisseti na campanha. 

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