Mercosul negocia Alca em bloco

O Seminário Parlamento do Mercosul e o Fórum de Integração Fronteiriça, encerrados ontem em Foz do Iguaçu, contribuíram para reforçar a posição do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai de negociar em bloco com os Estados Unidos, para a criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). A negociação, segundo os parlamentares participantes, ocorrerá da forma “quatro mais um”, ou seja – quatro países e os Estados Unidos.

Esta conclusão foi consenso entre os presidentes e representantes da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, deputado federal Florisvaldo Fier (PT-PR e representante do Brasil), senador Mario Losada (Argentina), senador Modesto Luis Guggiari (Paraguai) e senador Danilo Astori (Uruguai). O governador Roberto Requião também defendeu o modelo de negociações em bloco. “É a maneira de enfrentar a cobiça dos grandes mercados”, comentou.

Outro consenso no debate foi a questão social. Para os participantes, as políticas neoliberais adotadas pelos governos durante a última década aumentaram os índices de pobreza na região, ao mesmo tempo que dificultaram o processo de integração. Daí a necessidade de elaborar estratégias de desenvolvimento econômico conjunto.

Na opinião do deputado Rosinha, os dois principais resultados dos debates em Foz foram a necessidade de estabelecer instituições representativas do Mercosul, entre elas o Parlamento, e a preocupação em se ter um bloco com direito à cidadania e distribuição de renda. O senador Guggiari destacou a disposição do Paraguai em incrementar sua participação no acordo.

O senador uruguaio Danilo Astori apontou que o seminário reforçou o papel da Comissão Parlamentar Conjunta. E também serviu para fortalecer as negociações coletivas não apenas no âmbito da Alca. A próxima etapa das negociações começa em dezembro, quando as comissões parlamentares de cada país passarão a trabalhar em torno de um projeto único. A proposta brasileira já está pronta. Rosinha defende que o Parlamento entre em funcionamento em 2006.

Para Requião, aliança é tática

O governador Roberto Requião disse anteontem, durante as discussões para a criação do Parlamento do Mercosul, que esta aliança é estratégica para as nações. “Os países precisam dessa união política para enfrentar a cobiça dos grandes países e dos grandes mercados”, afirmou. Além de apoiar a proposta, o governador disse que Foz do Iguaçu pode sediar o fórum permanente.

Para ampliar integração econômica entre os países do Mercosul, o ministro-chefe da Divisão da América Meridional 1, do Ministério das Relações Exteriores, Pedro Bretas, adiantou que o projeto de construção da segunda ponte unindo o Brasil com o Paraguai já tem estudos do Ministério dos Transportes.

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